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Janeiro deve fechar com recorde de calor em São Paulo e Porto Alegre

31 jan 2014 - 06h00
(atualizado às 08h46)
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<p>Dias de calor extremo têm lotado piscinas da capital, como no Sesc Belenzinho, na zona leste</p>
Dias de calor extremo têm lotado piscinas da capital, como no Sesc Belenzinho, na zona leste
Foto: Gero / Futura Press

As cidades de São Paulo e Porto Alegre podem fechar o mês de janeiro com as maiores temperaturas já registradas pelo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Janeiro de 2014 deve terminar como o mês mais quente da história climática da capital paulista desde que as medições começaram, em 1943. Já em Porto Alegre, o mês foi o mais quente em quase 100 anos.

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Saiba como se calcula a sensação térmica 

Segundo os dados do Inmet, a média das temperaturas máximas registradas nos últimos 30 dias em São Paulo (31,8°C) já iguala a média das temperaturas máximas de fevereiro de 1984, até então o mês mais quente já observado na cidade.

De acordo com a Climatempo, o recorde histórico tem grandes chances de ser batido nesta sexta-feira. Se a cidade registrar valor de temperatura máxima igual ou superior a 32,7°C, vai fazer com que a média das temperaturas máximas de 2014 suba para 31,9°C, consolidando janeiro como o mês mais quente em 71 anos.

Segundo o Inmet, janeiro de 2014 foi o janeiro mais quente já registrado na cidade desde 1943. A temperatura máxima no Mirante de Santana ontem foi de 34,2°C, a segunda mais alta do ano. O recorde atual de maior temperatura de 2014 é de 35,4°C, registrado em 3 de janeiro, que está entre as 10 mais altas temperaturas no Mirante. Em 2013, a maior temperatura foi de 34,5°C, em 11 de novembro.

Nos primeiros 30 dias do ano, a temperatura máxima ficou abaixo dos 30°C em apenas cinco dias. A menor temperatura máxima em janeiro de 2014 foi de 27,9°C, registrada no dia 16.

Jaçanã e Tremembé são as regiões mais quentes

De acordo com dados do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da prefeitura de São Paulo, a região mais quente no mês de janeiro foi a de Jaçanã e Tremembé. A maior média da temperatura máxima medida pela estação local, do dia 1º ao dia 29, foi de 33,7°C. 

Nos momentos mais quentes dos 29 dias, a região que registrou a temperatura máxima mais baixa, em média, foi a de Parelheiros: 29,6°C (veja no mapa abaixo).

Foto: Terra

Baixa umidade do ar

Nos últimos dias do mês, os níveis de umidade relativa do ar na capital paulista chegaram a níveis raros para o verão, quando normalmente a umidade do ar fica alta. Segundo a Climatempo, na última quarta-feira, às 15h, no aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, o índice de umidade era de apenas 15%. Foi a tarde mais seca do ano na cidade.

Baixa umidade do ar exige cuidados com a saúde; veja dicas

Pelos padrões da Organização Mundial da Saúde, a região da Grande São Paulo entrou em estado de alerta por causa do ar seco. Essa situação é determinada para níveis de umidade entre 12% e 20%.

De acordo com dados da Secretaria de Saúde da capital, em épocas em que o tempo está mais seco, há um aumento de 30% na procura por serviços de saúde. 

Segundo os meteorologistas da Climatempo, a acentuada queda da umidade é umas das consequências da intensa subsidência do ar provocada por um grande sistema de alta pressão atmosférica, que está atuando sobre a Região Sudeste. O centro deste sistema, que é a região mais forte, está mais próximo do litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro. A subsidência, que é um movimento do ar de cima para baixo, faz com que o ar fique mais seco. A redução da umidade diminui a formação das nuvens de chuva. 

Falta de ventiladores no mercado

Com o calor extremo registrado em janeiro, reduziu consideravelmente a quantidade de ventiladores à venda no comércio na capital paulista. Segundo a Eletros, associação dos produtores de aparelhos eletrodomésticos, a produção desses equipamentos cresceu 6% em relação ao verão de 2013, porém a reposição dos estoques foi afetada pelos dias quentes.

O calor, aliado à ausência de chuva, também levou a uma quebra do recorde de consumo de energia elétrica no subsistema Sudeste/Centro-Oeste na última terça-feira, quando a demanda máxima instantânea atingiu 49.227 megawatts (MW). Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o recorde ocorreu às 14h36. Na avaliação dos técnicos, "as temperaturas que vêm se mantendo altas nessa região, principalmente nas capitais do Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, foram o motivo do aumento na carga, aliada ao reinício da atividade produtiva brasileira".

Porto Alegre

O Inmet revelou nesta sexta-feira que janeiro de 2014 foi o mês mais quente em Porto Alegre em quase 100 anos. A média das temperaturas máximas registradas na capital gaúcha nos primeiros 30 dias do ano - 33,1°C - é a maior desde 1916, quando começaram as medições oficiais na cidade. Este índice também está 2,9°C acima da média normal de temperatura máxima para janeiro, que é de 30°C.

No dia 24 de janeiro, a população de Porto Alegre enfrentou uma das madrugadas mais quentes e desconfortáveis de sua história. Segundo o Inmet, a temperatura mínima foi de 28,2°C na estação meteorológica localizada no bairro Jardim Botânico.

A temperatura mínima do dia, no entanto, apesar de extremamente elevada, não foi o recorde de calor na madrugada na capital gaúcha. O Inmet informou que em 10 de janeiro de 2006, a temperatura mínima foi de 29,8°C e em 23 de janeiro de 2012, foi de 29,3°C.

De acordo com a Climatempo, a cidade de São Paulo também está há poucas horas de registrar o novo recorde de mês mais quente e janeiro mais quente desde 1943, ano em que o Inmet iniciou as medições no Mirante de Santana, na zona norte da capital paulista.

Rio foi a capital mais quente em janeiro
Mesmo com os calores históricos de Porto Alegre e São Paulo, o Rio de Janeiro foi a capital do Sudeste mais quente em janeiro. A média de temperatura máxima na cidade ficou em 33,8°C, também acima do esperado para o mês, que é de 33,3°C.

Curitiba foi a capital com a menor média de temperatura máxima. Na capital paranaense, os momentos mais quentes dos primeiros 30 dias do ano tiveram, em média, um calor de 29°C.

A onda de calor registrada em Santa Catarina fez com que menor temperatura registrada não passasse dos 26ºC em Florianópolis Foto: Luciano Bergamaschi / Especial para Terra A onda de calor registrada em Santa Catarina fez com que menor temperatura registrada não passasse dos 26ºC em Florianópolis Foto: Fabricio Escandiuzzi / Especial para Terra

Colaborou com esta notícia o leitor Gel Lima, de Curitiba (PR), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Terra
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