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SP: grupo protesta em frente à delegacia contra prisão de manifestantes

2 ago 2013 - 07h03
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Grupo protestou em frente à delegacia contra a prisão de manifestantes durante ato em São Paulo
Grupo protestou em frente à delegacia contra a prisão de manifestantes durante ato em São Paulo
Foto: Alex Falcão / Futura Press

Durante a madrugada desta sexta-feira, um grupo protestou em frente ao 78ª Delegacia de Polícia, nos Jardins, na capital paulista. Eles saíram do local pouco antes das 6h. A ação ocorreu contra a detenção de 13 manifestantes que participaram do protesto na noite de ontem contra o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza no Rio de Janeiro, contra o governador Geraldo Alckmin e pedindo a desmilitarização da polícia. 

Segundo a polícia, foram detidos 10 adultos e três adolescentes por causa das confusões durante a manifestação. Todos foram encaminhados para a 78ª e, após os registros, liberados.  

O protesto, com cerca de 300 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, saiu do viaduto do Chá, passou pelas avenidas 23 de Maio e Brigadeiro Luiz Antônio antes de chegar à avenida Paulista. Esta é a terceira manifestação feita em São Paulo com estes objetivos.

Durante o trajeto na avenida Paulista, os manifestantes tentaram avançar sobre agências bancárias e deram gritos de guerra em favor da depredação. A polícia, no entanto, atuou para proteger as agências. Nos dois primeiros atos promovidos em solidariedade ao movimento carioca que pede explicações no caso do desaparecimento do pedreiro, agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram atacados. Amarildo desapareceu na favela da Rocinha após ser levado por policiais militares para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Ao chegar à avenida Brigadeiro Luiz Antônio, houve um início de tumulto quando os policiais imobilizaram um manifestante. Posteriormente ele foi liberado. Também houve tumulto no momento das prisões na avenida Paulista e a polícia chegou a usar bombas de efeito moral.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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