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SP: diva da Parada LGBT, Preta Gil diz ser 'uma boa travesti'

26 jun 2011 - 11h46
(atualizado às 13h44)
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Hermano Freitas
Direto de São Paulo

Escolhida a primeira diva da Parada do Orgulho LGBT, Preta Gil divertiu as autoridades presentes com muita irreverência. Trajada com um vestido cheio de elementos brilhantes, a cantora afirmou que é "uma travesti que já nasceu operada". "A Parada está no 15° ano e está debutando, estou vestida de debutante drag, toda trabalhada no brilho como boa travesti", disse. "Acho que serei diva para sempre", brincou, na conclusão do discurso.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); a vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT-SP); o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab; o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis; o ator Sérgio Mamberti e o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), entre outros, compuseram a mesa da abertura da entrevista coletiva que marcou a abertura do evento.

Após cumprimentar todas as autoridades citando seus partidos, Reis destacou o "caráter pluripartidário" da causa LGBT. Frisou que o movimento não deseja agredir a religiosidade, mas conquistar o próprio espaço. "Não queremos destruir a família de ninguém, mas construir a nossa", disse. Ele citou números sobre a homofobia no mundo. De acordo com o ativista, sete países têm pena de morte para homossexuais, 75 criminalizam a homofobia e 260 pessoas foram assassinadas no Brasil por serem gays. Ele ainda lembrou dos ataques a homossexuais na avenida Paulista. "Aquela mesma Paulista onde hoje vamos festejar já foi palco de várias situações de homofobia", disse.

O prefeito Kassab afirmou que a capital paulista é caracterizada pela tolerância e a convivência de todas as etnias e credos religiosos. "Na maior cidade brasileira convivem todas as religiões e todos os povos em todos os guetos", disse.

Alckmin afirmou que o Estado que governa é uma referência na tolerância à homoafetividade: "São Paulo é uma terra que acolhe a todos, não aceita preconceito. Em 2001, promulgamos lei que criminaliza a homofobia e aplicamos a Decradi, Delegacia Contra Crimes de Intolerância", disse. Ele afirmou ainda que a luta contra a homofobia beneficia "toda a sociedade". "Boa parada e boa luta. É uma grande luta por direitos que são de todos."

Ao todo, 1,5 mil policiais, em sua maioria miliares, realizavam a segurança do evento. A expectativa é de que a parada movimente cerca de R$ 175 milhões na cidade. Por volta das 13h, começou a chover na capital paulista, mas sem diminuir a alegria do público.

Preta Gil foi escolhida a primeira diva da Parada do Orgulho LGBT
Preta Gil foi escolhida a primeira diva da Parada do Orgulho LGBT
Foto: Eládio Machado / Terra
Fonte: Terra
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