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Cidades

SP: criança perde a visão após acidente em pátio de escola em Bauru

1 ago 2013 - 00h30
(atualizado às 00h31)
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Um menino de 10 anos perdeu a visão do olho esquerdo após sofrer um acidente em uma escola municipal de Bauru, no interior de São Paulo, durante o intervalo das aulas.  De acordo com os familiares, Bruno Gabriel Roberto brincava com colegas no pátio da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) José Francisco Júnior, no Jardim Progresso, quando escorregou em uma rampa e feriu o olho no corrimão que estava danificado, com uma parte saliente.

O ferro do dispositivo de segurança perfurou o globo ocular do menino que precisou ser submentido a uma cirurgia. O acidente aconteceu na segunda-feira, mas só veio à tona nesta quarta-feira. A família acusa a direção da escola de negligência.

De acordo com a avó paterna do menino, Zilda Aparecida Adomi, 52, uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) só chegou à unidade escolar cerca de uma hora depois do acidente. A escola teria ainda demorado em avisar a família sobre o fato, que só chegou ao local junto com a ambulância. 

Além disso, o menino foi levado ao Pronto Socorro Infantil, no Centro, onde ficou de segunda-feira à tarde até terça-feira de manhã sem ser examinado por um médico, em jejum e recebendo apenas medicamentos para amenizar a dor. Cansada de esperar, a tia do garoto Rosana Roberto, decidiu levá-lo a pé até o setor de oftalmologia no Hospital de Base, prédio anexo ao pronto socorro. O trajeto teria sido feito, inclusive, sem a companhia de um enfermeiro. 

No hospital o menino foi internado em uma ala destinada a adultos enquanto aguardava uma vaga para o setor de pediatria do Hospital Estadual, também em Bauru. A avó de Bruno conta que um médico só apareceu para atendê-lo depois que a tia, já exaltada, discutiu com funcionários do hospital.

“No hospital o médico passou pra ele dois colírios, mas eles não tinham e a família também não tinha condições de comprar. Custa mais ou menos R$ 180 cada um”, relata Zilda. 

O menino foi submetido a uma cirurgia para reconstrução do globo ocular na manhã desta quarta-feira, mas segundo os familiares, isso não foi possível devido à gravidade do ferimento. “O médico disse que nunca tinha visto um corte tão profundo, um caso tão grave. Se o meu neto tiver uma infecção o olho vai ter que ser tirado e colocado um olho de vidro”, disse a avó com a voz embargada. 

Ela conta ainda que Bruno tem grau elevado de miopia e que iria levá-lo em uma consulta gratuita com um médico oftalmologista na próxima semana, em uma faculdade da cidade. “Ele me perguntou ‘vó eu vou voltar a enxergar? Vai sim, filho vai’. Ele não tem noção da gravidade do acidente. Não tive coragem de contar”, revela Zilda.

A tia do menino diz ter procurado a direção da escola municipal pedindo auxílio para a compra dos remédios que ele precisa, mas o pedido teria sido negado. “A diretora disse que a escola não é responsável, que esse acidente poderia ter acontecido com qualquer criança, em qualquer lugar. Mas aconteceu dentro da escola e eles são responsáveis sim”, disse. “Eu queria que a escola indenizasse ele. Isso não vai trazer a visão dele de volta, mas a escola tem que arcar com todos os prejuízos”, completa. 

A assessoria de imprensa da prefeitura de Bauru informou que, de acordo com a direção da escola, a classe em que o menino estuda estava no intervalo das aulas durante o acidente e era acompanhada pela professora. O modelo de ensino não prevê monitores para o ensino fundamental como acontece na rede de educação infantil. 

Ainda de acordo com a assessoria, assim que foi constatado o ferimento no olho do aluno a direção acionou o Samu e comunicou a família. Ele foi levado para o pronto socorro de onde foi transferido para o Hospital de Base onde foi submetido a uma cirurgia nesta quarta-feira. Desde o acidente a direção da escola mantém contato com a família do aluno, dando assistência em tudo aquilo que for necessário. 

Fonte: Especial para Terra
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