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Síndico: 'prédio tinha 73 anos e precisava de uma reforma'

27 jan 2012 - 20h02
(atualizado às 20h59)
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André Naddeo
Direto do Rio de Janeiro

O síndico do edifício Liberdade, o maior dos três que caiu no Rio de Janeiro na noite de quarta-feira, afirmou nesta sexta desconhecer as causas da tragédia, mas afirmou que a construção tinha 73 anos e precisava ser reformada. Paulo Renha também disse que as obras realizadas no local eram de "modernização".

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"O meu interesse é em ajudar, o que eu pude fazer para colaborar eu fiz, tomei todas as providências, mas eu não sou engenheiro para saber o que aconteceu", disse. "Eu não sei se foram retiradas (paredes), mas o prédio tinha 73 anos e precisava de uma reforma", afirmou.

Mais cedo, a empresa TO, responsável pelas obras, admitiu que iniciou os trabalhos sem laudo técnico feito por engenheiro. No entanto, negou que tenham sido feitas modificações na estrutura dos andares. Ela ocupava seis pisos da construção, e de seus 70 funcionários no prédio, 11 estão desaparecidos.

"A obra do nono andar tinha começado oito dias antes da tragédia. Foram retiradas três parede de tijolo que não interferiam na estrutura do prédio", disse o empresário Sérgio Alves. Ele ressaltou que não havia exigência de autorização da prefeitura para que obra começasse e explicou que o síndico do prédio tinha exigido laudo de engenheiro. "Nosso engenheiro contratado teve um problema particular e não pode fazer o laudo. Então foi acordado que entregaremos o laudo depois que a obra fosse iniciada", afirmou.

Os desabamentos

Três prédios desabaram no centro do Rio de Janeiro por volta das 20h30min de 25 de janeiro. Um deles tinha 20 andares e ficava situado na avenida Treze de Maio; outro tinha 10 andares e ficava na rua Manuel de Carvalho; e o terceiro, também na Manuel de Carvalho, era uma construção de quatro andares. Segundo a Defesa Civil do município, 14 pessoas morreram. Cinco pessoas ficaram feridas com escoriações leves e foram atendidas nos hospitais da região. Cerca de 80 bombeiros e agentes da Defesa Civil trabalham desde a noite da tragédia na busca de vítimas em meio aos escombros. Estão sendo usados retroescavadeiras e caminhões para retirar os entulhos.

Segundo o engenheiro civil Antônio Eulálio, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), havia obras irregulares no edifício de 20 andares. O especialista afirmou que o prédio teria caído de cima para abaixo e acabou levando os outros dois ao lado. De acordo com ele, todas as possibilidades para a tragédia apontam para problemas estruturais nesse prédio. Ele descartou totalmente que uma explosão por vazamento de gás tenha causado o desabamento.

Com o acidente, a prefeitura do Rio de Janeiro interditou várias ruas da região. O governo do Estado decretou luto. No metrô, as estações Cinelândia, Carioca, Uruguaiana e Presidente Vargas foram interditadas na noite dos desabamentos, mas foram liberadas após inspeção e funcionam normalmente.

Veja a localização do desabamento:

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Fonte: Terra
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