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Sem água, cidade no interior de SP tem fila em bicas

20 jan 2010 - 16h18
(atualizado às 16h26)
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Chico Siqueira
Direto de Araçatuba

A falta de água provoca filas nas bicas e poços semiartesianos de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, atingida na última segunda-feira por uma chuva que destruiu parte do sistema viário e deixou dois mortos e 160 mil moradores sem abastecimento.

Homem luta contra a força da correnteza durante chuva que atingiu a cidade
Homem luta contra a força da correnteza durante chuva que atingiu a cidade
Foto: Sidnei Costa / Futura Press

Na tentativa de conseguir água para beber, preparar alimentos e até tomar banho, moradores de 18 bairros da cidade, atingidos pelo desabastecimento, fazem filas com garrafas e galões nas bicas e torneiras de poços semiartesianos.

O presidente do Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae), Antônio José Tavares Ranzin, anunciou nesta tarde que o abastecimento voltará ao normal até o início da noite, quando o Semae retorna com o bombeamento da água para os bairros.

A chuva destruiu as bombas da estação que trata a água da represa municipal responsável pelo abastecimento de 34% dos prédios da cidade. De acordo com Ranzin, após o bombeamento, o próximo passo é encontrar os vazamentos nas adutoras que foram rompidas pela chuva.

"Sabemos de muitas tubulações perfuradas que agora, com a chegada da água, serão descobertas e consertadas", disse. Segundo Ranzin, o abastecimento se normalizou, mas é preciso de um tempo para que a água chegue às casas.

Enquanto isso não acontece, a população de vira como pode. A dona de casa Maria José Sabatini dos Santos, moradora na Vila Anchieta, improvisou o carrinho de bebê do filho para buscar água num dos poços.

"A água da caixa da minha casa acabou e não tive outro jeito para buscar o volume de água que necessito", disse ela. Maria José buscou água no poço artesiano da Vila Maceno, um dos que compõem o sistema de abastecimento da cidade, que fica a 12 quadras de sua casa e onde, na manhã desta quarta-feira, se formou uma grande fila.

Nas avenidas danificadas pelas enchentes, os motoristas encontram dificuldades para trafegar, desviando de buracos ou enfrentando congestionamentos causados pela interdição das vias.

Uma força-tarefa formada por 500 servidores e 100 trabalhadores da iniciativa privada usa máquinas emprestadas por empreiteiras para limpar a cidade. Segundo o secretário de Obras de Rio Preto, Paulo Pauléra, até as 12h de hoje mais de 700 t de lixo, entulho e lama tinham sido retiradas das avenidas.

"Estamos fazendo um serviço de limpeza, que devemos terminar até sábado", disse. A limpeza por enquanto é feita nas avenidas Bady Bassit e Alberto Andaló, as duas mais atingidas pela enxurrada que arrastou carros, caçambas de construções, banca de revistas, placas de trânsito e orelhões. Para fazer a limpeza, o trânsito foi fechado em uma pista na Bady, causando congestionamento na manhã desta quarta-feira.

O maior problema a ser enfrentado pela prefeitura serão os estragos causados na infraestrutura urbana (como galerias e bocas de lobo destruídas), especialmente em obras de contenção e antienchentes.

"A recuperação desses estragos pode demorar até 90 dias", disse Pauléra. O prefeito de Rio Preto, Waldomiro Lopes (PSB), que decretou estado de calamidade pública, disse que os prejuízos ultrapassam R$ 40 milhões.

Fonte: Especial para Terra
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