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Rotas de fuga driblam bloqueio para chegar a armazéns de SP

Manifestação de caminhoneiros faz alguns veículos voltarem e dificultam abastecimento de combustível

26 fev 2015 - 20h31
(atualizado às 20h37)
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<p>Gerente da Ceagesp de Marília alerta que pode faltar produtos se protesto continuar</p>
Gerente da Ceagesp de Marília alerta que pode faltar produtos se protesto continuar
Foto: José Carlos Rodrigues Neto / vc repórter

Motoristas que transportam alimentos produzidos nos Estados do Sul e países vizinhos usam rotas de fuga para furar os bloqueios nas estradas e garantir a entrega nas unidades da Ceagesp no interior de São Paulo. Avisados com antecedência, caminhões carregados com frutas, tomates, batatas e outros produtos, usam desvios em estradas secundárias e vicinais para fugir dos bloqueios montados pelos caminhoneiros que protestam nas estradas que ligam o Estado de São Paulo ao Paraná e restante do Sul do País.

"Essas rotas desviam os motoristas dos bloqueios e garantem o abastecimento, pelo menos por enquanto, como estes que ocorrem nesta quinta-feira nas rodovias Raposo Tavares (SP-279), em Assis (SP), e nas rodovias Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), na região de Presidente Prudente”, afirma o gerente da unidade do Ceagesp de Marília, Adracy de Oliveira Capponi Filho. As duas rodovias são as principais ligações do interior de São Paulo com o Estado do Paraná. Por dois dias seguidos, os caminhoneiros fizeram protesto paralisando parcialmente o tráfego de veículos nestas estradas.

“Mas se estes bloqueios continuarem, poderá faltar alimentos na semana que vem, porque não teremos como receber os produtos", alertou Cappini. “Os motoristas conseguem achar desvios e fugir das barreiras, mas eles estão enfrentando outro problema, que é a falta de combustíveis em postos dessas estradas que servem de rotas de fuga”, completou o gerente. Segundo ele, se o bloqueio continuar dificilmente esses postos receberão combustíveis, o que poderá complicar a entrega de alimentos em São Paulo.

Embora a população ainda não sinta falta dos alimentos produzidos no Sul do País, como tomates, batatas, frutas e arroz e feijão, as unidades do Ceagesp do interior de São Paulo já registram queda no recebimento desses produtos. Em Marília, segundo Adracy Capponi, houve uma redução de 60% de batatas, cebolas e frutas que chegam do Sul. Isso significa cerca de 300 toneladas a menos desses produtos por semana. “Estamos usando o estoque; ainda temos estoque para hoje (quinta-feira) e amanhã (sexta), mas se o bloqueio continuar a coisa pode se complicar a partir da semana que vem”, afirmou.

Segundo ele, três caminhões que servem a unidade de Marília enfrentam problemas nas estradas, um deles, que estava carregado de tomate, teve de retornar ao Estado do Paraná, porque não passou nos bloqueios; outro está parado no Nordeste e um terceiro carregado de morangos em Minas Gerais tenta uma rota de fuga, nas proximidades da capital paulista, para fugir dos bloqueios e chegar a Marília.

Na unidade da Ceagesp de São José do Rio Preto, a entrada de tomates vindos do Estado do Paraná apresentou uma redução de 40%. “Por sorte, conseguimos trazer alguns caminhões que foram buscar tomates em outras regiões, como na de Araguari (MG) e de Capão Bonito, e conseguiram retornar carregados usando rotas de alternativas e desvios em estradas secundárias”, contou o gerente da unidade de Rio Preto, Lupércio Fontana. Segundo Fontana, cerca de 4 mil caixas de tomate de 25 quilos cada que viriam do Paraná estão deixando de ser entregues por dia.

Fonte: Especial para Terra
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