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Rodoanel: mãe não acreditava que filha estivesse viva

14 nov 2009 - 21h55
(atualizado às 22h18)
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A mãe da bancária Luana Augusto Coradi, que se feriu após a queda de um conjunto de vigas do Rodoanel sobre a rodovia Régis Bittencourt, na sexta-feira na região de Embu, na Grande São Paulo, disse em entrevista ao telejornal SPTV que não acreditou que a filha estivesse viva ao ver o estado do carro após o incidente.

Vigas de obra do Rodoanel caíram sobre carros
Vigas de obra do Rodoanel caíram sobre carros
Foto: José Patrício / Agência Estado

Luana estava em um dos três veículos que foram atingidos após a queda das vigas. "A hora que eu vi o carro dela, eu vi os policiais militares, eu falei: 'não, não, minha filha morreu. Você não tá falando a verdade para mim. É impossível ela estar viva'. Até que eu escutei ela gritar 'mãe, mãe', chorando, 'eu estou aqui mãe'", disse ela.

Além de Luana, que já recebeu alta, o acidente também vitimou Carlos Fernando Rangel, 38 anos, que foi transferido, nesta noite a pedido da família, para um hospital particular em Moema, na zona sul de São Paulo. Rangel sofreu uma fratura no punho esquerdo e foi submetido a uma cirurgia na madrugada deste sábado. Ele estava internado no Hospital Geral de Itapecerica da Serra.

De acordo com boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, a outra vítima, Reginaldo Aparecido Pereira, 40 anos, está internado no Hospital Geral de Pirajussara, em Taboão da Serra e seu estado de saúde é considerado bom. Ele sofreu um politraumatismo.

O diretor de engenharia da da empresa de Desenvolvimento Rodoviário (Dersa), e gestor responsável pela construção do Rodoanel, Paulo Vieira de Souza, afirmou, neste sábado, que as obras de construção naquele trecho serão paralisadas por 15 dias para que o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) possa elaborar um laudo sobre o acidente. Segundo o engenheiro, essa interrupção não vai atrapalhar o cronograma das obras do Rodoanel, previsto para ser entregue em 27 de março do próximo ano.

Segundo o engenheiro, em duas semanas, a Dersa deverá responder o motivo técnico pelo qual "ocorreu o rompimento da viga de 40 m, com 2,20 m de altura e 85 t". O viaduto onde ocorreu o desabamento fica na altura do km 279 da Rodovia Régis Bittencourt, na pista sentido São Paulo.

O diretor de engenharia explicou ainda que a obra tem 61 km de extensão e um terço das construções são de pontes e viadutos, onde há mais de 2 mil vigas iguais as que caíram.

Vieira afirmou ainda que a hipótese de que falhas no projeto teriam provocado a queda está descartada. Porém ele disse que possam ter havido problemas na execução da obra. "Possivelmente tem problema na execução, no tombamento ou no transporte", afirmou, ressaltando, no entanto, que qualquer afirmação que se faça sobre as causas do acidente agora "são levianas".

Rodoanel Mário Covas

O lançamento de quatro das dez vigas programadas para o trecho foi realizado no início desta semana. Na tarde de sexta-feira, a Autopista Régis Bittencourt havia comunicado o bloqueio total do trecho neste fim de semana para a instalação de mais vigas.

O Rodoanel Mário Covas (SP-021) é um anel viário em construção em torno da Grande São Paulo. O objetivo do projeto é interligar as rodovias que chegam à capital paulista para aliviar o tráfego de caminhões nas marginais Tietê e Pinheiros.

Fonte: Terra
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