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RJ: rádio amadores ajudam na comunicação e auxílio às vítimas

4 jan 2013 - 14h15
(atualizado às 14h15)
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Em meio à intensa movimentação no principal abrigo de ajuda às vítimas da chuva em Xerém, município de Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio de Janeiro, é possível ouvir, ao fundo da cozinha, direto de uma mesa pequena, o barulho de rádios amadores funcionando a pleno vapor. “Prossiga, prossiga”, orienta Kamar Santos, na base de informações, recebendo informações de uma área onde o sinal de celular não funciona.

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Ao lado do parceiro Ari Coimbra, eles formam a base de recepção das informações da tragédia das chuvas. Eles são membros da Liga de Rádio Amadores do Brasil, e trabalham com os próprios equipamentos, como antenas e rádios transmissores, reunindo as informações necessárias para repasse aos órgãos de segurança. “Por enquanto estamos trabalhando com energia aqui do local mesmo, mas temos nossas próprias baterias para caso de necessidade”, explica Kamar, que trabalha para a secretaria de Defesa Civil municipal do Rio de Janeiro.

“Já estivemos na tragédia da região serrana, em 2011, e foi da mesma maneira. Recolhemos os relatórios de desabrigados e juntamos as informações. Tem muito local onde a ajuda ainda não chegou, por isso é importante estarmos aqui para que a equipe de apoio, onde o celular não pega, possa se servir da gente”, completa.

Seu colega de mesa se diz pronto para uma jornada longa, de pelo menos, mais 14 horas, a contar do horário do almoço desta sexta-feira. “Pretendo passar a noite aqui, esse trabalho logístico é importante, precisamos ficar de prontidão para alguma emergência maior”, explica Ari Coimbra.

Eles não sabem precisar quantas pessoas estão espalhadas não só por Xerém, mas outros municípios atingidos, por Petrópolis e Teresópolis, uma vez que, como explica Kamar, “a todo momento aparece um novo voluntário da liga para reforçar o time”. “Nossa principal dificuldade aqui não é nem de energia, mas, sim, de interferência, tem sempre alguém entrando na linha”, complementa ainda.

Tão logo a cabeça d'água varreu casas e ruas, principalmente entre os ribeirinhos do rio Capivari, Inhomirim e Saracuruna, a comunicação ficou praticamente impossível, em um primeiro momento. “No início ninguém conseguia se comunicar, por isso que é importante o nosso trabalho, pois somos um veículo de comunicação que nunca para”, assegura Kamar.

Histórico de deslizamentos

Em janeiro de 2011, a baixada fluminense enfrentou a maior tragédia climática da história do Brasil. Foram 918 mortos e mais de 215 desaparecidos após as fortes chuvas que atingiram sete municípios da região. As cidades mais atingidas foram Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis, Bom Jardim, Areal, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto.

No ano anterior, em 2010, uma série de deslizamento deixou 30 mortos em Angra dos Reis nas primeiras horas do dia 1º de janeiro. O deslizamento de uma encosta atingiu uma pousada e sete casas na Ilha Grande, matando pelo menos 19 pessoas. No continente, 11 pessoas morreram em outro desmoronamento.

 
 
Fonte: Terra
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