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Cidades

RJ: 'pensei que era um tsunami', diz morador sobre rompimento de adutora

30 jul 2013 - 11h19
(atualizado às 11h26)
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Ruas ficaram alagadas após o rompimento de uma adutora na zona oeste do Rio de Janeiro
Ruas ficaram alagadas após o rompimento de uma adutora na zona oeste do Rio de Janeiro
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Por volta das 5h30 desta terça-feira, o motorista Jorge Luiz Carvalho escutou um forte estrondo na vizinhança da casa onde mora com quatro filhos, a nora e a mulher em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro. Assustado, levou todo mundo para a cozinha. Quando abriu a porta para ver o que estava acontecendo, viu a mulher ser arrastada pela água. Graças ao que considera "ajuda divina", um dos filhos conseguiu salvá-la. "Da minha casa só sobrou a minha família. Só não morremos pela misericórdia de Deus. Pensei que era um tsunami. Era um vento e um barulho muito forte", relatou. 

O rompimento de tubulação na estrada do Mendanha que matou uma criança também trouxe destruição para o mecânico Agilson da Silva Cerpa, que mora com a mulher, o enteado e o cunhado em uma casa que fica no segundo andar de um bar. "Estava todo mundo dormindo em casa e eu pensei que era uma chuva forte. Só me dei conta da situação quando as paredes laterais racharam e caíram", contou. 

"Quando chegamos na escada a água empurrou a gente para o meio da rua, parecia que eu tinha tomado um 'caixote' de uma onda. Me agarrei na pilastra da casa da vizinha para me salvar", disse Cerpa, que sofreu um corte grande no joelho. O mecânico e os familiares foram encaminhados para o Hospital Rocha Faria com escoriações. 

Segundo o diretor de operações da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Jorge Driard, a companhia vai arcar com o ressarcimento das casas, que serão reconstruídas. O corpo jurídico está trabalhando para identificar tudo o que foi perdido. Os desabrigados vão ser mantidos em hotel com alimentação e o setor assistência social também foi acionado. Segundo ele, são 20 mil quilômetros de rede de água e esgoto em toda cidade do Rio de Janeiro.

A força da água destruiu casas e veículos e provocou a morte de Isabela Severo da Silva, três anos. A criança engoliu muita água e chegou a receber massagem cardíaca dos bombeiros que a socorreram. Ela foi encaminhada com parada cardiorrespiratória para o Hospital Rocha Faria, no mesmo bairro, mas morreu às 8h25.

Segundo o Corpo de Bombeiros, outras 15 pessoas ficaram feridas. Nove foram encaminhadas para o Hospital Rocha Faria e seis atendidas e liberadas no local. "Provavelmente não tem mais ninguém lá", disse o capitão Everton. 

Ainda de acordo com os bombeiros, o jato d'água chegou a atingir 20 metros de altura. Um balanço parcial da corporação informou que 16 casas foram atingidas e outras 17 desabaram. Além disso, há em torno de 72 desabrigados e 70 desalojados.

Falta de luz e trânsito interrompido
Em nota, a Light informou que, por questão de segurança, interrompeu o fornecimento de energia elétrica no trecho próximo à estrada do Mendanha. A concessionária disse que o rompimento de adutora da Cedae também atingiu a rede elétrica na área. Até que a situação seja normalizada pela Cedae, técnicos da Light estão no local para os reparos necessários.

De acordo com o Centro de Operações da prefeitura do Rio, o incidente provocou a interdição da estrada do Mendanha, na altura da rua Marcolino da Costa. O trânsito é intenso na região e está sendo desviado pela estrada do Pedregoso. Equipes da CET-Rio também foram para o local.

Fonte: Terra
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