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RJ: MP quer que Light pague R$ 1 mi por explosão de bueiro

30 jun 2011 - 03h02
(atualizado às 03h08)
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Maria Luisa Barros

A Light poderá ser obrigada a pagar R$ 1 milhão por bueiro que explodir. Desde 2010, 12 bueiros voaram pelos ares. Mas nenhuma multa foi aplicada à concessionária. Na quarta-feira, um dia após explosão no Flamengo, moradores e comerciantes tentavam voltar à rotina. "Fico assustada porque tenho três filhos que andam sobre os bueiros para ir à escola", disse a secretária Cristina Assis, 45 anos. O bueiro ainda estava em reparo.

O Ministério Público tenta acordo com a concessionária para garantir a reforma da rede de energia de quatro mil câmaras subterrâneas em dois anos. A 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e do Contribuinte quer incluir no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) uma penalidade a cada nova explosão. A empresa é contra. Para o MP, a Justiça poderá estipular a multa caso a Light se recuse a assinar o TAC.

Investimentos

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) multou a Light em R$ 9,54 milhões por causa de apagão em 2009. Em abril, a agência fez um acordo que substituiu a multa por investimentos de R$ 12,19 milhões na rede subterrânea. A Light afirmou que fará até o fim do ano 16 mil inspeções e gastará R$ 88 milhões em manutenção e troca de equipamentos.

"É inaceitável esse problema. Põe em risco o patrimônio público e a vida dos cariocas", criticou o secretário municipal de Conservação, Carlos Osório, que coordena uma comissão para acompanhar o plano de ação da Light.

Vereadores pressionam Aneel

Vereadores do Rio vão pressionar a Aneel a aplicar multas à Light pela explosão dos bueiros. "Em audiência na Câmara, a Light alegou que as explosões ocorreram por causa da sobrecarga na rede por picos de calor. Agora explodiu mais um bueiro em pleno inverno. Qual a explicação desta vez? A população está insegura", questionou a presidente da Comissão Especial, vereadora Rosa Fernandes, que propôs à empresa que isolasse os bueiros sem manutenção.

Táxi foi atingido em Copacabana e motorista ficou 30 dias sem trabalhar

Nos últimos dois anos, cariocas e turistas foram expostos aos riscos de uma explosão de bueiro a cada dois meses. No mais grave deles, ocorrido em 1º de abril deste ano, cinco pessoas foram atingidas na esquina da rua Bolívar com a avenida Nossa Senhora de Copacabana, em Copacabana. Uma delas foi o taxista Flávio Siqueira da Silva, 49, que foi arremessado pela tampa do bueiro que caiu sobre o carro de outro taxista. "Estava passando na hora quando houve a explosão. Fui lançado para frente. Graças a Deus ninguém morreu. Mas o medo é constante", lembra ele, que ficou 30 dias sem trabalhar. O prejuízo, segundo ele, foi pago pela Light.

Funcionários da prefeitura trabalhavam no recapeamento do trecho atingido pela explosão do bueiro
Funcionários da prefeitura trabalhavam no recapeamento do trecho atingido pela explosão do bueiro
Foto: Gabriel Macieira / Especial para Terra
Fonte: O Dia
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