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RJ: manifestantes da Rocinha voltam a fechar autoestrada Lagoa-Barra

19 jul 2013 - 21h21
(atualizado às 21h23)
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Moradores da favela da Rocinha, no bairro de São Conrado, voltaram a ocupar, no início da noite desta sexta-feira, as pistas da autoestrada Lagoa-Barra, na zona sul da cidade. Eles protestam contra o sumiço de um morador que, segundo os manifestantes, foi visto sendo levado para a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Por causa da manifestação, o trânsito na região, que normalmente é congestionado no horário, ficou parado. Os túneis Rafael Mascarenhas e Zuzu Angel foram fechados nos dois sentidos. A prefeitura desviou o fluxo de veículos para a avenida Niemeyer, que liga o Leblon a São Conrado pela orla.

De acordo com o Centro de Operações da prefeitura do Rio de Janeiro, a via foi liberada nos dois sentidos por volta das 21h. O trânsito era lento no local.

É a segunda vez esta semana que os moradores da Rocinha bloqueiam a autoestrada, exigindo informações sobre o desaparecimento. O ato ocorreu na quarta-feira (17) e provocou um grande engarrafamento na região.

Na mesma ocasião, outro grupo de manifestantes fazia um protesto nas proximidades da residência do governador Sérgio Cabral (PMDB), no Leblon, e que resultou em ações de vandalismo perpetradas por baderneiros infiltrados na manifestação.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Agência Brasil Agência Brasil
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