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Polícia

RJ: manifestante é ferido em protesto em casamento de neta de empresário

Manifestante foi atingido por um cinzeiro, que teria sido arremessado por um dos convidados da festa

14 jul 2013 - 13h08
(atualizado às 23h06)
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Manifestante foi ferido na porta do Copacabana Palace, no Rio
Manifestante foi ferido na porta do Copacabana Palace, no Rio
Foto: Murilo Rezende / Futura Press

Dezenas de pessoas protestaram entre a noite de ontem e a madrugada de hoje do lado de fora da cerimônia religiosa e da festa de casamento da neta de Jacob Barata, empresário do ramo de transportes no Rio de Janeiro. O custo das tarifas de ônibus foi o estopim para manifestações em várias cidades do Brasil, inclusive no Rio de Janeiro, em junho deste ano. O protesto seguiu pacífico até que um dos manifestantes foi atingido por um cinzeiro, que teria sido arremessado por um dos convidados da festa, de acordo com a Polícia Militar. 

O protesto começou em frente à Igreja do Carmo, no centro da cidade, onde ocorreu a cerimônia de casamento. Após o término da celebração, os manifestantes foram para o Hotel Copacabana Palace, na zona sul, onde aconteceu a festa. A vítima foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento do bairro e levou pontos na cabeça.

Segundo a polícia, depois da agressão alguns manifestantes se exaltaram e começaram a apedrejar o hotel onde acontecia o casamento. Por isso, o Batalhão de Choque usou bombas de efeito moral e spray de pimenta para "conter o tumulto generalizado e evitar que pessoas fossem feridas", segundo nota divulgada na manhã de hoje pela assessoria de imprensa da PM.

 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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