RJ: familiares de Amarildo se reúnem com responsáveis por investigação
Antes da manifestação marcada para esta tarde na Rocinha para cobrar mais uma vez esclarecimentos sobre o paradeiro do pedreiro Amarildo de Souza, que está desaparecido há 18 dias, dois filhos e uma sobrinha da vítima se reuniram nesta quinta-feira, na sede do Ministério Público, com o delegado titular da Divisão de Homicídios, Rivaldo Barbosa, e com o procurador Homero de Freitas, que passam a comandar as investigações.
“Já fizemos uma primeira diligência hoje na Rocinha para começar a entender o que aconteceu. Estamos alinhados com o MP e com a família para darmos uma resposta mais rápida à família, à comunidade e à sociedade”, afirmou Barbosa.
Emerson e Anderson de Souza, filhos de Amarildo, além de Michele, sobrinha do pedreiro, acompanhados do deputado Estadual do PR Geraldo Pudim conversaram por cerca de uma hora com o delegado e o MP.
Por enquanto, os familiares de Amarildo recusaram entrar no programa de proteção à testemunha. “Eles recusaram, mas esta reunião serviu para ampliar a relação de confiança entre a polícia e essas pessoas para que se busque uma solução”, informou Homero de Freitas, não vai pedir o afastamento do comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha. Amarildo desapareceu depois de ser levado por policiais para a sede da UPP para averiguação um dia depois da operação Paz Armada, que buscava drogas e traficantes na comunidade.
O delegado disse que vai trabalhar em todas as linhas de investigação e, de acordo com o procurador geral do Estado, Marfan Vieira, é de praxe da polícia que depois de 15 dias do desaparecimento de uma pessoa, o caso seja tratado como homicídio. “A expectativa é que o Amarildo reapareça, mas, depois de tanto tempo, a presunção não é das melhores”, disse Marfan, que revelou que sempre existe reclamação por parte dos moradores de comunidades de desentendimentos com a polícia. A desavença entre Amarildo e um policial pode ser a chave para desvendar o mistério do desaparecimento do pedreiro.
O delegado Rivaldo Barbosa não descartou que sua equipe faça diligências em lixões para tentar encontrar o corpo de Amarildo. Dois celulares apreendidos na Rocinha, semanas antes da operação Paz Armada, podem auxiliar nas investigações e apontar o paradeiro do pedreiro. Das ligações recebidas nesses celulares, começou a investigação que desencadeou na operação e na prisão de Amarildo por suposta ligação com o tráfico de drogas.
O deputado Pudim disse que vai entrar na Justiça pedindo a tutela do Estado à família de Amarildo -sua mulher e seis filhos que eram mantidos por ele. “Como era ele quem sustentava a família e como estava reformando sua casa e ele desapareceu sob tutela do Estado, é natural que o Estado pague uma pensão à Elisabete e aos seis filhos, além de um aluguel social”, disse Pudim, que vai pedir que a família seja levada para um casa em melhores condições. “Como ele estava reformando a casa, a casa atual não tem condições de abrigar a família” afirmou o deputado.