PUBLICIDADE

RJ: estrangeiros trocam bairros nobres por favelas com UPPs

7 nov 2012 - 11h07
Compartilhar

A americana Zoë Roller, o alemão André Koller e a espanhola Liz Massip deixaram seus países em busca de novas experiências no Rio de Janeiro. Mas o grupo não escolheu os bairros nobres da cidade. Foi nas comunidades pacificadas que eles começaram uma nova vida. O crescimento econômico e a segurança colocaram áreas como Rocinha, Vidigal e Chapéu-Mangueira e Babilônia na rota imobiliária dos estrangeiros.

Segundo pesquisa do jornal americano The Christian Science Monitor, de abril de 2010 a abril deste ano, houve um aumentou de 50% de estrangeiros residentes no Brasil. Parte dos jovens que chega ao País se instala em comunidades cariocas com Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). De acordo com a publicação, apenas no Vidigal, na zona sul, vivem cerca de 50 europeus, entre ingleses, franceses, alemães e portugueses. Todos atraídos pela moradia mais barata.

O designer gráfico André Koller é um desses novos moradores. O alemão trocou o pequeno apartamento no Leblon por uma casa com vista para o mar no Vidigal, que ganhou em janeiro uma UPP. A troca do asfalto para o morro aconteceu depois que André passou a frequentar a comunidade pacificada. Dono de uma agência de publicidade, Koller também está ajudando no desenvolvimento da área.

"Eu gosto muito do Vidigal. Vinha sempre ao morro para trazer o meu carro ao mecânico, até que um dia decidi viver na comunidade. Acompanhei o processo de pacificação e posso dizer que vivo mais tranquilo aqui. Até já trouxe os meus pais na minha nova casa. Pensando na economia do lugar onde moro, fiz um mapa de serviços para ajudar na atividade turística. Quero contribuir", explicou André Koller.

O trabalho social é outro grande motivo para que estrangeiros como a americana Zoë Roller se instalem em comunidades. Roller transformou há alguns meses sua estadia na Rocinha em ação social. Ela desenvolve atividades de sustentabilidade no morro através da ONG Green my Favela. Junto com outros moradores, a americana ajuda a construir novos espaços ecológicos, como o jardim vertical do Parque Ecológico da Rocinha.

"Vim ao Brasil para divulgar o meu trabalho de sustentabilidade nas comunidades carentes. É muito legal ensinar esses conceitos ecológicos para os moradores da Rocinha. Já criamos hortas orgânicas e estamos fazendo jardins verticais. Pretendo ficar na comunidade mais um ano. Quero viver mais aqui para ajudar", afirmou Zoë.

Já a espanhola Liz Massip decidiu morar no albergue Favela Inn, no Chapéu-Mangueira, no Leme, para estudar. A estadia de boa qualidade e o preço baixo foram decisivos na escolha da estudante de intercâmbio. Para a graduanda em Políticas Públicas, outro motivo para sua mudança foi a chance de acompanhar o dia a dia de uma comunidade com UPP.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
Compartilhar
Publicidade