A presidente da Comissão de Saneamento Ambiental da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputada Aspásia Camargo (PV), questionou nesta quinta-feira a Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) sobre a responsabilidade pelo rompimento de uma adutora no dia 30 de julho, em Campo Grande, zona oeste da cidade. O acidente causou a morte da menina Isabela Severo da Silva, 3 anos, e deixou mais de 200 desabrigados.
"Sabemos que algo errado está acontecendo. A Cedae isenta-se de responsabilidade, mas são eles que fazem toda manutenção do local, (são) eles que cuidam das adutoras", afirmou Aspásia, durante audiência pública na Alerj, com o objetivo de identificar as causas do acidente.
O diretor da Cedae, Jorge Bittar, disse que a companhia aguarda o laudo técnico da perícia para fazer uma avaliação do caso, mas descartou que o rompimento da adutora tenha sido causado pela falta de manutenção.
"Fazemos operações periodicamente e, para nós, é pouco provável que essa estrutura tenha se rompido por causa da ação do tempo. Temos profissionais qualificados, que são treinados especialmente para identificar esse tipo de problema", afirmou.
Bittar também falou sobre também sobre as providências adotadas pela Cedae para atender às famílias que ficaram desabrigadas. Segundo ele, mais de 50% das famílias afetadas já foram à loja de utilidades para escolher novos eletrodomésticos. "Já compramos e, na próxima semana, elas começam a receber os novos utensílios", disse Bittar.
Ele informou que os desabrigados estão em um hotel e que estão em curso negociações para aluguel de casas. Além disso, Bittar anunciou a reconstrução dos imóveis condenados pela Defesa Civil. "Vamos buscar um lugar mais adequado, de acordo com cada família", ressaltou. Convidado a participar da audiência, o presidente da Cedae, Wagner Victer, não compareceu. Bittar explicou que a agenda de Victer previa uma visita ao local do acidente e, por isso, ele não pôde comparecer.
Segundo o presidente da Associação de Moradores do Sub-Bairro do Mendanha, Carlinhos Vila Nova, as famílias que vivem perto do local do acidente convivem há anos com o esgoto a céu aberto e com o descaso e a omissão do Estado. "Não temos a quem recorrer, quando o assunto é saneamento e uma rede de esgoto decente. Pagamos taxa de esgoto, e simplesmente não temos o serviço", reclamou.
Vila Nova ressaltou que, quando ocorre vazamento por causa do rompimento de canos, os moradores é que têm de resolver. "E isso acontece a todo momento na região", afirmou. O eletricista Wellington Pereira, cuja casa foi completamente destruída com o rompimento da adutora, disse que, todos os meses, os moradores da área próxima ao local do acidente fazem uma coleta de dinheiro para pagar obras de manutenção na rede de esgotos.
"Estamos abandonados e indignados, fazendo um papel que é das autoridades. Trabalhamos de forma digna e recebemos um serviço muito deficiente da parte de nossos governantes. Exigimos resposta e queremos mudança", disse Pereira.
O corpo de Isabela Severo dos Santos, 3 anos, é sepultado no cemitério Campo Grande
Foto: Antônio Luis / Futura Press
Rompimento de tubulação da Cedae causou estragos na manhã desta terça-feira na estrada do Mendanha, em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro (RJ)
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Bombeiros atuando no socorro de feridos
Foto: Daniel Ramalho / Terra
O local ficou completamene alagado após o vazamento
Foto: Ale Silva / Futura Press
Mulher é socorrida pelo Corpo de Bombeiros
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradores foram surpreendidos pelo rompiment de uma adutora
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Bombeiros atuaram com um bote para resgatar as vítimas, que ficaram ilhadas
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Uma criança morreu. Segundo os bombeiros, ela engoliu muita água e chegou a receber massagem cardíaca
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Outras 15 pessoas ficaram feridas
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Nove foram encaminhadas para o Hospital Rocha Faria e seis atendidas e liberadas no local
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Equipes dos quartéis de Campo Grande e do Distrito Industrial estão na região auxiliando os atingidos com botes e helicóptero
Foto: Daniel Ramalho / Terra
O jato d'água chegou a atingir 20 metros de altura e um balanço parcial da corporação informou que 16 casas foram atingidas e outras 17 desabaram
Foto: Daniel Ramalho / Terra
A Defesa Civil foi acionada para avaliar o caso
Foto: Daniel Ramalho / Terra
O incidente aconteceu no início da manhã desta terça
Foto: Daniel Ramalho / Terra
A inundação segundo moradores, chegou a dois metros de altura
Foto: Daniel Ramalho / Terra
De acordo com a Cedae, a fissura onde a tubulação rompeu foi de 1,65 centímetros de diâmetro e a vazão de água chegou a seis metros cúbico por segundo
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Casas foram destruídas com a força d'água
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Animais circulam nas áreas alagadas
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Famílias contabilizam prejuízos causados pelo rompimento de tubulação
Foto: Daniel Ramalho / Terra
De acordo com o coronel Sérgio Simões, secretario estadual de Defesa Civil, o rompimento da adutora teve um efeito semelhante ao ocorrido na região serrana do Rio na tragédia de 2011
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Desabrigados ficarão em hotéis até as casas serem reconstruídas
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Muitas casas foram totalmente destruídas pela força d'água
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Carros também foram atingidos pelo incidente na zona oeste do Rio
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Em meio aos escombros era possível visualizar brinquedos, bicicletas e televisões
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Região atingida foi visitada pelo governador Cabral e pelo prefeito Paes
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Móveis e eletrodomésticos foram arrastados
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Veículo BMW também foi atingido pela água
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Prejuízos ainda não foram contabilizados
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradora mostra os estragos sofridos em sua casa
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Rompimento de adutora na zona oeste do Rio de Janeiro causou morte e destruição nesta terça-feira
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Casa onde a menina Isabela morava foi atingida pela água
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Animais foram resgatados dos escombros
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradores observam os estragos causados pelo rompimento
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Funcionários da prefeitura ajudam nos trabalhos de resgate e a contabilizar prejuízos
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Força da água foi tanta que um automóvel ficou com as rodas para cima
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Troféu ficou espalhado entre os escombros
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradores acompanham o resgate a pessoas ilhadas
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Bombeiros usaram helicóptero, botes e barcos durante o salvamento
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradores também fizeram protesto contra a situação do bairro
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradores recolhem o que sobrou da tragédia
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Muitos animais foram salvos após o rompimento da tubulação