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Cidades

RJ: delegado vai pedir imagens de hotel para apurar arremesso de cinzeiro

Convidado do casamento de neta do empresário de transportes Jacob Barata teria jogado cinzeiro na cabeça de manifestante

15 jul 2013 - 13h08
(atualizado às 13h37)
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Manifestante é ferido em protesto em casamento de neta de empresário
Manifestante é ferido em protesto em casamento de neta de empresário
Foto: Futura Press

O delegado titular da 12ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro, José William de Medeiros, afirmou nesta segunda-feira que vai pedir imagens do circuito de segurança do hotel Copacabana Palace para tentar identificar quem jogou um cinzeiro na cabeça de Ruan Martins Nascimento na madrugada de domingo. O estudante de modelagem participava de um protesto durante a festa de casamento de Beatriz Barata, neta do empresário do setor de transportes carioca Jacob Barata - conhecido como o "Rei do Ônibus" -, quando foi acertado. 

"Com certeza (vai pedir as imagens). Elas serão necessárias para a gente conseguir identificar quem causou a agressão", disse o delegado. Ele ainda não conseguiu reunir indícios claros sobre quem arremessou o objeto de vidro.

Medeiros já conversou com Ruan na manhã de domingo e tem novo encontro marcado com o manifestante agredido na tarde desta segunda-feira, depois que o estudante passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) durante a manhã. Ele precisou levar seis pontos na testa. 

Alguns dos manifestantes acusam Daniel Barata, irmão da noiva e convidado da festa, que aparece em foto jogando aviõezinhos com notas de R$ 20 em direção aos integrantes da manifestação. Mas, em seu perfil do Facebook, o rapaz disse que não jogou o cinzeiro, apesar de ter admitido que se excedeu nas provocações contra quem realizava o protesto. 

A manifestação começou na Igreja do Carmo, no centro do Rio, onde foi realizada a cerimônia religiosa a portas fechadas. Em frente ao Copacabana Palace, local da festa, o protesto aumentou e a Polícia Militar enviou até agentes do Batalhão de Choque, que usaram balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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