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Cidades

RJ: após operação, usuários de crack voltam à cracolândia

20 fev 2013 - 15h55
(atualizado às 16h32)
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<p>A prefeitura montou na última terça-feira uma base no local onde os usuários ficavam concentrados, para dar assistência aos que querem se tratar</p>
A prefeitura montou na última terça-feira uma base no local onde os usuários ficavam concentrados, para dar assistência aos que querem se tratar
Foto: Agência Brasil

Um dia após a operação da Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro, que deu início à internação involuntária de dependentes de crack, usuários voltaram às redondezas da favela Parque União, às margens da avenida Brasil, na zona norte da cidade. A secretaria montou na última terça-feira uma base no local onde os usuários ficavam concentrados, para dar assistência aos que querem se tratar, mas hoje o problema voltou a ser verificado.

O subprefeito da zona norte, André Santos, passou a manhã no local, conhecido como cracolândia. Ele explicou que os agentes da Assistência Social abordam os dependentes e tentam convencê-los a ir para um hospital a fim de iniciar tratamento. No entanto, a internação só é garantida mediante recomendação médica para os casos em que há problemas graves de saúde e risco de morte.

"Foram identificados cerca de 300 dependentes de crack no entorno do Complexo da Maré. A nossa intenção é abordar o usuário e oferecer o tratamento, não efetuar a internação compulsória, mas procurar convencê-los, já que a maioria dos casos é de adultos", disse o subprefeito. De acordo com André Santos, na operação de ontem foram mobilizados vários órgãos municipais, além da Polícia Militar e ambulâncias do Serviço de Atendimento Médico de Urgência. Da madrugada de ontem até a manhã desta quarta-feira, foram feitas 135 abordagens. Deste total, 105 acolhimentos, 29 internações involuntárias e uma internação por insuficiência respiratória.

Ministério Público cobra soluções

Desde outubro de 2012, o Ministério Público (MP) do Rio vem promovendo reuniões para cobrar das autoridades ações concretas para a garantia do direito à saúde dos usuários de crack em situação de rua. Em dezembro, houve uma audiência pública para tratar do assunto, onde ficou definido, conforme o MP, a "urgência do atendimento integral em saúde mental dos usuários de crack, com pleno respeito à Lei Antimanicomial 10.216/01, inclusive nos casos de internação psiquiátrica involuntária".

Além disso, segundo o MP, existe a "necessidade de ampliação da rede de Caps (são centros de atendimento especializados em saúde mental) com funcionamento 24 horas". Ainda nessa semana, o MP vai requisitar à prefeitura do Rio a apresentação de dados oficiais sobre os atendimentos hospitalares e clínicos de emergência, os abrigamentos e internações psiquiátricas realizadas na operação ocorrida ontem, e a apresentação do plano municipal de enfrentamento ao crack, com indicação clara das unidades e serviços de saúde que serão ampliados para o atendimento dos usuários.

Agência Brasil Agência Brasil
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