RJ: após morte de adolescente, grupo queima ônibus na Penha
Moradores das favelas da Chatuba e Parque Proletário, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, queimaram ônibus na noite da última terça-feira. O protesto foi contra a morte de um jovem de 17 anos, que teria sido abordado pela Polícia Militar. A corporação nega as acusações. Durante a manifestação, houve confronto com a PM e, segundo os moradores, troca de tiros. O jovem estava desaparecido há alguns dias.
A PM encontrou o adolescente morto na laje de um prédio na rua Luiz Gonzaga. O Comando da Polícia Militar afirma que não houve abordagem e que a perícia não constatou sinais de agressão no corpo do adolescente. Pelo menos dois ônibus (linhas 621 e 313) foram interceptados por volta de 22h40. Uma viatura da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) foi atingida por pedras e paus. Outros carros da corporação foram retirados da região.
Foi necessária a mobilização de reforço policial para conter os manifestantes. Segundo a PM, embora tenham sido ouvidos disparos do alto da comunidade, não houve o revide por parte dos policiais militares. Na manhã de hoje, os moradores do bairro tiveram dificuldade de se locomover por causa do protesto.
"Estamos enfrentando muitas dificuldades para pegar ônibus. Temos que dar uma volta muito grande para chegar na garagem da empresa que circula aqui ou ir para outros lugares muito mais longes", disse a empregada doméstica Vera de Almeida, que trabalha na Gávea, zona sul do Rio.
A Delegacia de Homicídios (DH) do Rio concluiu na madrugada de hoje a perícia do local onde o jovem foi encontrado morto na Penha, mas ainda não se manifestou sobre o possível envolvimento de policiais.
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