PUBLICIDADE

Cidades

RJ: 5 mil assinaturas pedem a anulação da CPI dos Ônibus

Na noite de segunda-feira, a Câmara decidiu cancelar a primeira reunião da comissão, que ocorreria na manhã de hoje

13 ago 2013 - 11h19
(atualizado às 11h21)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>O plen&aacute;rio do Pal&aacute;cio Pedro Ernesto est&aacute; ocupado desde a &uacute;ltima sexta-feira</p>
O plenário do Palácio Pedro Ernesto está ocupado desde a última sexta-feira
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Líderes que recolhem assinaturas pedindo a anulação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro dizem já ter coletado cerca de 5 mil assinaturas. Eles promoveram uma batucada na manhã desta terça-feira em frente ao prédio da Casa e gritaram palavras de ordem contra o governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB), e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).

Na noite de ontem, a Câmara decidiu cancelar a primeira reunião da comissão, que ocorreria na manhã de terça-feira, em atendimento à proposta do vereador Eliomar Coelho (Psol), que alegou não ter sido avisado com antecedência e não obteve a documentação suficiente para participação na tomada de depoimentos da CPI.

Ainda não há uma definição sobre uma possível renúncia dos membros que não apoiaram a criação da CPI, mas os manifestantes seguem ocultando o plenário e esperando que isso possa acontecer até amanhã.

Os vereadores da bancada do Psol, entre eles Eliomar Coelho - autor da proposta da CPI -, espera uma movimentação política ainda hoje para tentar pôr fim ao protesto que já dura cinco dias. 

Os funcionários da Câmara tiveram acesso normal ao prédio e aos gabinetes dos vereadores. Às 14h, a Casa deve voltar a abrir para sua primeira sessão após o início da ocupação. O plenário do Palácio Pedro Ernesto está ocupado desde a última sexta-feira, quando manifestantes protestaram contra a eleição de Chiquinho Brazão (PMDB) para a presidência da CPI, que também é formada por Professor Uóston (PMDB), Jorginho da SOS ( PMDB) e Renato Moura (PTC). Os integrantes da comissão não assinaram o pedido de instalação de criação da CPI. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade