Dez vítimas do acidente que envolveu um ônibus escolar em Silva Jardim, no interior do Rio de Janeiro, seguem internadas em hospitais da região. Nove estão em observação na policlínica municipal Agnaldo Moraes, que fica na região central da cidade. Uma outra vítima, com traumatismo craniano, está no hospital regional de Araruama. Ela não teve o nome revelado, e seu estado é considerado grave. Dois jovens morreram.
O acidente aconteceu na manhã da última quarta-feira. Depois de desviar de urubus que estavam no meio da pista da rodovia RJ-140, o motorista Carlos André Guimarães perdeu o controle do ônibus, que se chocou de frente contra um caminhão. Os estudantes Jefferson Batista da Silva, 15 anos, e Jonathan Quintanilha Venceslao, 13 anos, morreram na hora. Outros 17 alunos ficaram feridos, além de quatro adultos.
Segundo alunos que sobreviveram ao acidente, o motorista trafegava com o ônibus em alta velocidade antes da colisão. Segundo eles, é comum que os condutores dos veículos que fazem o transporte escolar em Silva Jardim corram. Eles apontam também que os ônibus sempre andam cheios, com crianças e adolescentes viajando em pé.
O Detran apontou que o ônibus acidentado não tinha licença para circular desde 2010. A prefeitura de Silva Jardim alega que o veículo circulava em perfeitas condições, e estava regularizado. Ainda de acordo com a administração municipal, os ônibus que fazem transporte escolar trafegam com, no máximo, 25 pessoas.
Na manhã de hoje, um grave acidente na estrada RJ-140 deixou dois adolescentes mortos, outras 17 crianças e adolescentes e também quatro adultos feridos. Duas pessoas permanecem em observação, mas não correm risco de morrer
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Um grupo de aproximadamente 30 mães de alunos que utilizam o transporte de Silva Jardim protestou na tarde desta quarta-feira em frente à prefeitura da cidade.Revoltadas, elas pediam veículos em melhores condições para levar seus filhos
Foto: Mauro Pimentel / Terra
As mulheres reclamam principalmente da velocidade que os motoristas trafegam transportando os alunos. Segundo elas, os veículos escolares circulam correndo bastante, colocando a vida das crianças em risco. Elas alegam também que os motoristas contratados não são bem preparados
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Outra reclamação recorrente é sobre a lotação dos ônibus. Segundo as mães, é comum os alunos viajarem em pé, e três deles dividirem um banco em que só cabem dois
Foto: Mauro Pimentel / Terra
A mãe do estudante Jefferson Batista da Silva, 15 anos, choram no velório do garoto, que morreu no acidente desta quarta-feira. O estudante está sendo velado na igreja do bairro de Lucilândia e será enterrado amanhã pela manhã
Foto: Mauro Pimentel / Terra
'A batida foi feia. Depois, tinha muita gente gritando, vi meus amigos cheios de sangue', afirmou, já em casa, Wallace Frazão Xavier, 15 anos, estudante matriculado no colégio Adail Maria Tinoco
Foto: Mauro Pimentel / Terra
'O Jefferson era um cara bem tranquilo. Era gente boa, gostava de jogar bola, e era flamenguista, como eu, lamentou João Marcos Frazão, 14 anos, uma das vítimas do acidente com o micro-ônibus, sobre a morte de Jefferson Batista da Silva, 15 anos