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Rios estabilizam e AM não deve superar maior cheia

1 jun 2009 - 17h51
(atualizado às 20h22)
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A cheia deste ano no Amazonas não deverá superar a de 1953, a maior até então já registrada no Estado. A avaliação é do superintendente regional do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em Manaus, Marco Antônio de Oliveira. Para este ano, o CPRM prevê que a marca da cheia fique entre 29,15 e 29,59 m, dependendo da incidência das chuvas nos próximos dias. Ainda assim, a cota das águas ainda estará 10 cm abaixo do que foi registrado em 53.

A maior cheia do Estado do Amazonas foi registrada em 1953 e não deve ser superada
A maior cheia do Estado do Amazonas foi registrada em 1953 e não deve ser superada
Foto: Arnoldo Santos / Especial para Terra

"Dificilmente, a cheia deste ano irá superar a de 1953, considerando-se a proximidade com o fim do período de chuvas. Obviamente que a cheia de 2009 tem grande magnitude, pois já ultrapassou a marca de 29 m", disse Oliveira. Ele apresentou hoje, em Manaus, o terceiro alerta de cheias, que tem objetivo de divulgar informações sobre o nível dos rios no Estado, bem como sobre a incidência das chuvas no período de cheias, que ocorre entre os meses de dezembro e maio na Amazônia.

O alerta também serve para alertar a população da possibilidade de subida do nível dos rios. Oliveira disse que o do rio Negro, base para medição da cheia no Amazonas, deve se manter estável nos próximos dias.

A chefe do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Amazonas, Lúcia Gularte, informou que, tradicionalmente, o mês de maio concentra os maiores índices pluviométricos e que, apesar da previsão de chuvas para os próximos 15 dias em todo Estado, o nível dos rios tende a começar a baixar.

O Amazonas é o Estado da região Norte onde se encontra o maior número de municípios atingidos pelas chuvas que castigam o País há dois meses, 54, com 59.869 pessoas desalojadas e 11.482 desabrigadas.

Segundo o coordenador-adjunto da Defesa Civil do Amazonas, Hermógenes Rabelo, as ações de apoio e amparo às vítimas das enchentes no Estado ainda não têm prazo para terminar. Com o convênio firmado entre o Ministério da Integração Nacional e o governo do Amazonas, R$ 10 milhões serão aplicados em atividades assistenciais e de socorro e R$ 60 milhões em investimentos em infraestrutura em 15 municípios.

Atualmente, as cidades mais prejudicadas pelas cheias são Anamã, Barreirinha, Careiro da Várzea, Itacoatiara, Manacapuru e Parintins. "Enquanto as famílias não retornarem à normalidade de seu dia a dia, estaremos acompanhando esses municípios e dando continuidade às ações da Defesa Civil", afirmou Rabelo.

Mais chuva

De acordo com os números divulgados pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, os desastres provocados por fortes chuvas e enchentes deixaram 293.196 pessoas desalojadas (aquelas que estão hospedadas com amigos ou familiares) e 133.921 desabrigados (aquelas que tiveram de deixar suas casas e dependem de abrigos públicos) até esta segunda-feira.

Segundo as informações enviadas pelas defesas civis estaduais, 57 pessoas morreram por causa dos desastres em nove Estados: Ceará (18), Maranhão (12), Bahia (sete), Alagoas (sete), Sergipe (quatro), Paraíba (dois), Pará (três), Pernambuco (três) e Santa Catarina (um).

Os danos causados pelo excesso de chuva atingiram 505 municípios localizados em 13 Estados: Amapá, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Amazonas, Pará e Santa Catarina.

Agência Brasil Agência Brasil
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