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Rio: realidade de violência contrasta com números oficiais

Pesquisa acusa uma queda de homicídios nas áreas ocupadas pelas UPPs, mas diverge com rotina violenta dos morros

11 mai 2015 - 15h12
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O Instituto de Segurança Pública aponta uma diminuição de homicídios nas áreas ocupadas pelas UPPs
O Instituto de Segurança Pública aponta uma diminuição de homicídios nas áreas ocupadas pelas UPPs
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Enquanto o clima é de guerra nas áreas das Unidades de Polícia Pacificadora no centro da cidade, onde no fim de semana quatro pessoas morreram em meio aos tiroteios nos morros do Fallet e da Coroa, no Complexo de São Carlos, o Instituto de Segurança Pública (ISP) aponta para queda de homicídios nas áreas ocupadas pelo projeto da Secretaria de Segurança Pública.

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De acordo com os números divulgados nesta segunda-feira (11), a taxa de homicídios nas áreas ocupadas pela polícia foi de 7,4 por 100 mil habitantes em 2014, num total de apenas 40 casos. Em 2007, quando as UPPs ainda não existiam, o índice nessas áreas era de 30,4 homicídios por 100 mil habitantes. Se falarmos em todo âmbito da capital, o número de assassinatos caiu de 2336 casos em 2007 para 1246 casos no ano passado.

Cidade de Deus, Jacarezinho, Morro dos Macacos e São Carlos foram os locais onde os homicídios tiveram maior queda, de acordo com o ISP. Em compensação, houve um aumento de mortes em ações policiais justamente nas comunidades envolvidas no conflito deste fim de semana.

A realidade

Mas, apesar dos números, a realidade é bem diferente. O fim de semana foi violento na região do Complexo de São Carlos e Santa Teresa, onde bandidos do morro da Fallet tentaram invadir o morro vizinho, da Coroa. Foram vários tiroteios registrados desde a noite de sexta-feira e a polícia reforçou o policiamento na região por tempo indeterminado.

Carros blindados, homens do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) patrulham os acessos às duas comunidades. A situação segue tensa, ainda mais após o vazamento de um áudio em que o traficante foragido Celso Pimenta, o Playboy, estaria convocando comparsas para ajudar os “amigos” do morro da Coroa, cuja invasão teria dedo do traficante rival Ricardo Chaves, o Fú da Mineira, também foragido.

Recentemente as UPPs do Complexo do Alemão enfrentaram vários problemas com ataques de traficantes e mortes de inocentes em ações desastradas da polícia. As comunidades foram reocupadas pelo Batalhão de Choque, para acalmar a situação, mas os tiroteios continuam, apesar de menos frequentes.

PM explica como está sendo feita ocupação do Complexo da Maré:

Nos gabinetes, a paz

Enquanto realidade se mostra violenta nos locais ocupados pelas UPPs, governo do Rio fala  sobre investimentos feitos por moradores da Babilônia, Vidigal e Cantagalo para receberem turistas nos Jogos Olímpicos de 2016. Na foto, o governador Luiz Fernando Pezão
Enquanto realidade se mostra violenta nos locais ocupados pelas UPPs, governo do Rio fala sobre investimentos feitos por moradores da Babilônia, Vidigal e Cantagalo para receberem turistas nos Jogos Olímpicos de 2016. Na foto, o governador Luiz Fernando Pezão
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Enquanto os moradores sofrem com a guerra entre traficantes em regiões chamadas de “pacificadas”, o Governo do Estado parece tratar a questão com outro foco. Um texto enviado na manhã desta segunda-feira (11) às redações informa sobre investimentos feitos por moradores da Babilônia, Vidigal e Cantagalo para receberem turistas nos Jogos Olímpicos de 2016. O texto fala em passeios pelas vielas e becos das áreas de UPPs .com mototaxistas, comida caseira e suítes privativas. 

Fonte: Terra
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