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Rio: manifestação de moradores defende condutor de bonde

28 ago 2011 - 18h49
(atualizado às 18h54)
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Maria Eduarda Ornellas

Os manifestantes se reuniram no local onde o bondinho tombou deixando cinco mortos e mais de 50 feridos
Os manifestantes se reuniram no local onde o bondinho tombou deixando cinco mortos e mais de 50 feridos
Foto: Murilo Rezende / Futura Press

Depois do descarrilamento de um bondinho em Santa Teresa, que matou cinco pessoas no sábado, os moradores do bairro foram às ruas, neste domingo, protestar e pedir que o condutor Nelson Corrêa da Silva não seja culpado pelo acidente. Nelson foi uma das cinco vítimas fatais do tombamento do carro em uma curva na rua Joaquim Murtinho.

"Ele foi um heroi, ficou até o final e morreu por isso", disse a moradora Bia de Carvalho.

Aglomerados no Largo do Curvelo para pedir por mais conservação para os bondes, os moradores - alguns vestindo preto - contaram que Nelson avisou aos passageiros que o carro estava desgovernado, aconselhando-os a saltar.

"Ele era muito competente, e agora estão querendo culpá-lo", indignou-se Jandira Barros, outra moradora do bairro.

A superlotação do bonde tem sido apontada como uma das causas do acidente, o que levantou questões sobre a permissividade do condutor, que teria autorizado que a capacidade do carro fosse superada.

No entanto, segundo o ex-diretor da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast) Luiz Alves, a superlotação nos bondes de Santa Teresa é algo comum, já que não haveria carros suficientes para responder à demanda do bairro.

"Hoje temos que esperar 40 minutos para conseguir um lugar no bonde", disse Luiz Alves. "Nenhum trabalhador pode aguardar esse tempo todo."

Os moradores apontam ainda que os acidentes são frequentes. "Toda hora um bonde tem problema com o freio, mas, como não faz vítimas, ninguém fica sabendo", disse Marisa Brandão, moradora do bairro e colaboradora da Amast.

Mesmo assim, os moradores garantem que não querem que o sistema de bondinho acabe, mas, sim, que melhore, para que os próprios habitantes de Santa Teresa possam aproveitá-lo.

No dia 1° de setembro, a Amast volta a organizar um protesto, que já estava marcado devido à comemoração dos 115 anos do bondinho.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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