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Rio estuda multa de R$ 30 mi à Chevron por vazamento de óleo

21 nov 2011 - 15h16
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O secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, disse que o governo do estuda aplicar multa de até R$ 30 milhões à petroleira Chevron, além de cobrar reparação pelos danos causados com o vazamento de óleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, norte do estado. Os custos de reparação, que segundo o secretário poderiam servir, em parte, para compensar pescadores prejudicados, serão pelo menos R$ 10 milhões. A empresa também pode ter que pagar R$ 50 milhões ao governo federal - o máximo previsto pela Lei de Crimes Ambientais. Para Minc, o valor está "defasado".

Peritos sobrevoaram a Bacia de Campos nesta sexta-feira para avaliar as dimensões do vazamento de óleo no Campo de Frade
Peritos sobrevoaram a Bacia de Campos nesta sexta-feira para avaliar as dimensões do vazamento de óleo no Campo de Frade
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação

"Esse patamar foi estabelecido há 12 anos. Se fosse corrigido, hoje já seriam R$ 116 milhões. Mas nós estamos estudando multas suplementares pela lei estadual que podem chegar a R$ 30 milhões. Além disso, há os custos de reparação dos danos ambientais para os pescadores da região. Esses recursos também podem ser aplicados no monitoramento em alto-mar e em programas de biodiversidade, como os voltados às baleias e aos golfinhos afetados", disse. Segundo Minc, em um dos sobrevoos que fez à região, foi possível avistar baleias jubarte nadando a aproximadamente 300 m da mancha.

"A agressão (ao ecossistema) é obvia. Além disso, as algas e os micro-organismos, que são a base de toda a cadeia alimentar, também foram atingidos", afirmou. O secretário disse que vai pedir ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o descredenciamento da Transocean, empresa contratada pela Chevron para fazer a perfuração no Campo de Frade. "Ela operou de forma inadequada. Usou uma pressão brutal ao lado de uma fissura de 300 m. É lógico que iria jorrar óleo para tudo quanto é lado", disse.

O secretário afirmou que a companhia também era a contratada da British Petroleum, quando houve o vazamento de óleo no Golfo do México, no ano passado. Carlos Minc se reúne ainda nesta segunda-feira com o delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e o Patrimônio Histórico (Delemaph), responsável pelas investigações do caso. Ele disse que vai apresentar os relatórios produzidos pelas equipes dos órgãos ambientais e pedir punição "máxima". Em seguida, Minc se reúne com o presidente do Ibama, Curt Trennepohl.

Procurada, a assessoria de imprensa da Transocean, em Houston, nos Estados Unidos, não respondeu aos contatos. Já a Chevron Brasil informou que os representantes da empresa concederiam entrevista coletiva à imprensa na tarde de hoje, na sede da companhia, no centro do Rio.

Agência Brasil Agência Brasil
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