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Cidades

Rio: empresário admite falta de laudo em obra de prédio que caiu

27 jan 2012 - 19h03
(atualizado às 19h07)
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Cirilo Junior
Direto do Rio de Janeiro

O dono da empresa TO, que realizava obras em um dos prédio que caiu no centro do Rio de Janeiro, Sérgio Alves, admitiu que iniciou os trabalhos no edifício Liberdade sem laudo técnico feito por engenheiro. No entanto, negou que tenham sido feitas modificações na estrutura dos andares. A empresa ocupava seis pisos da construção que desabou na quarta-feira.

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"A obra do nono andar tinha começado oito dias antes da tragédia. Foram retiradas três parede de tijolo que não interferiam na estrutura do prédio", disse. Ele ressaltou que não havia exigência de autorização da prefeitura para que obra começasse e explicou que o síndico do prédio tinha exigido laudo de engenheiro. "Nosso engenheiro contratado teve um problema particular e não pode fazer o laudo. Então foi acordado que entregaremos o laudo depois que a obra fosse iniciada", afirmou

Ele contou ainda que o mesmo procedimento havia sido realizado em obras semelhantes no terceiro andar. Foi entregue inicialmente a planta do piso onde foi feita pela gerente administrativa da empresa, Cristiane Azevedo, vítima do desabamento e que está internada no hospital. Dos 70 funcionários da empresa que trabalhavam no prédio, 11 estão desaparecidos.

Os desabamentos

Três prédios desabaram no centro do Rio de Janeiro por volta das 20h30min de 25 de janeiro. Um deles tinha 20 andares e ficava situado na avenida Treze de Maio; outro tinha 10 andares e ficava na rua Manuel de Carvalho; e o terceiro, também na Manuel de Carvalho, era uma construção de quatro andares. Segundo a Defesa Civil do município, 11 pessoas morreram. Cinco pessoas ficaram feridas com escoriações leves e foram atendidas nos hospitais da região. Cerca de 80 bombeiros e agentes da Defesa Civil trabalham desde a noite da tragédia na busca de vítimas em meio aos escombros. Estão sendo usados retroescavadeiras e caminhões para retirar os entulhos.

Segundo o engenheiro civil Antônio Eulálio, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), havia obras irregulares no edifício de 20 andares. O especialista afirmou que o prédio teria caído de cima para abaixo e acabou levando os outros dois ao lado. De acordo com ele, todas as possibilidades para a tragédia apontam para problemas estruturais nesse prédio. Ele descartou totalmente que uma explosão por vazamento de gás tenha causado o desabamento.

Com o acidente, a prefeitura do Rio de Janeiro interditou várias ruas da região. O governo do Estado decretou luto. No metrô, as estações Cinelândia, Carioca, Uruguaiana e Presidente Vargas foram interditadas na noite dos desabamentos, mas foram liberadas após inspeção e funcionam normalmente.

Veja a localização do desabamento:

Fonte: Terra
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