PT vai ao TJ-SP contra Kassab por preço da passagem
O Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou nesta sexta-feira, no Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, um mandado de segurança contra o prefeito Gilberto Kassab, com pedido de liminar, solicitando o cancelamento da planilha de custos usada pela São Paulo Transportes para calcular a tarifa de ônibus no município. O PT quer o cancelamento do último reajuste da passagem, que no dia 5 de janeiro subiu de R$ 2,70 para R$ 3.
Segundo o PT, a planilha apresenta uma série de números inconsistentes, levantando a suspeita de que pode ter sido manipulada para justificar o reajuste. "São vários os indícios de que a planilha contém números distorcidos ou inflacionados, com a única finalidade de apresentar um cálculo que permitisse a gestão Kassab aumentar a passagem para R$ 3. É necessário submeter a planilha a uma auditoria independente para checar a consistência dos números apresentados, e até que isso seja feito deve ser cancelado o reajuste", afirmou o partido em nota.
Ontem, a Polícia Militar (PM) dispersou com golpes de cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo um grupo de cerca de mil pessoas que protestava em frente à prefeitura da cidade contra o aumento. O confronto começou após os manifestantes tentarem romper o cerco feito por soldados da PM e homens da Guarda Civil para proteger o prédio.
Durante a confusão, o vereador José Américo (PT), que tentava conter a ação da polícia contra os manifestantes, a maioria estudantes, foi atingido por gás de pimenta. No último dia 25 de janeiro, uma briga entre seguranças da prefeitura e estudantes do Movimento Passe Livre causou tumulto na cerimônia de reabertura da Biblioteca Municipal Mário de Andrade. Na tarde de ontem, um grupo de manifestantes se acorrentou em catracas do saguão principal do prédio
De acordo com a empresa municipal que administra o transporte coletivo, SPTrans, o reajuste compensa o aumento dos custos acumulado desde janeiro de 2010, data do último reajuste. O percentual, entretanto, é quase o dobro da inflação do ano passado na cidade que, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), foi de 6,4%.