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Protesto no Rio pede educação e segurança no "padrão Fifa"

22 jun 2013 - 11h14
(atualizado às 11h29)
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ONG Rio de Paz faz protesto na manhã deste sábado na capital fluminense para marcar a campanha "Brasil Padrão Fifa"
ONG Rio de Paz faz protesto na manhã deste sábado na capital fluminense para marcar a campanha "Brasil Padrão Fifa"
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Quem circulou na manhã deste sábado pelas areias da praia de Copacabana, em frente à avenida Princesa Isabel, no Rio de Janeiro, se deparou com uma cena inusitada. Bolas de futebol com cruzes vermelhas foram espalhadas no local. O ato faz parte do protesto organizado pelo grupo Rio de Paz, filiado ao Departamento de Informação Pública (DPI) da Organização das Nações Unidas. 

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/protesto-tarifa/iframe.htm" href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/protesto-tarifa/iframe.htm">veja o infográfico</a>

A manifestação quer reivindicar que o governo ofereça saúde, educação, segurança e outros serviços com o mesmo empenho dedicado às obras em estádios para a Copa das Confederações, este ano, e do Mundo, em 2014. É o que eles denominaram de "padrão Fifa" para os serviços públicos.

As bolas foram espalhadas por voluntários do movimento e representam os 500 mil casos de homicídio ocorridos no Brasil nos últimos 10 anos. Ao fim do ato, serão chutadas, simbolizando o desejo de lançar para longe os péssimos serviços públicos que são oferecidos à população brasileira.

O protesto foi criado pelo presidente da Rio de Paz, Antonio Carlos Costa. Na última segunda-feira, o filho dele, Matheus, 21 anos, foi preso pela Tropa de Choque da Polícia Militar no confronto que ocorreu na frente da Assembleia do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O rapaz foi preso arbitrariamente, segundo Antonio, que disse ter provas em vídeo e de testemunhas que o filho esteve ao seu lado durante toda a manifestação daquele dia. O rapaz foi indicado por formação de quadrilha. "Só depois de viver na carne a truculência policial que pude entender melhor essas minorias pelas quais luto nos últimos anos", afirmou o presidente. "Nem imagino quais abusos acontecem longe das câmeras, distante da imprensa e do olho crítico da sociedade", completou. 

O Rio de Paz lançou uma página no Facebook Brasil Padrão Fifa e uma petição na internet Petição Brasil "Padrão Fifa" para coletar assinaturas para a petição que será encaminhada ao governo federal, Congresso Nacional e Superior Tribunal Federal.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

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A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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