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Protesto em Brasília deixa quase 100 pessoas feridas e um jovem preso

21 jun 2013 - 11h21
(atualizado às 11h31)
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Manifestantes e polícia entram em confronto durante protesto em Brasília na noite de quinta-feira
Manifestantes e polícia entram em confronto durante protesto em Brasília na noite de quinta-feira
Foto: Reuters

O confronto durante o protesto na noite de quinta-feira em Brasília deixou quase 100 pessoas feridas - 82 manifestantes e 12 policiais militares -, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Distrito Federal. Destas, duas sofreram machucados com uma pedrada e uma garrafada e foram levados para o Hospital de Base. Outras 80 foram atendidas por intoxicação com gás lacrimogêneo. 

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

No balanço do Serviço de Atendimento de Urgência (Samu) divulgado às 22h de ontem, três feridos estavam em estado grave: um com trauma na face, um com possível traumatismo craniano, com uma bala de borracha alojada no crânio e outro com corte na perna, com possível ruptura de artéria.

A SSP estima que cerca de 40 mil manifestantes tenham participado do protesto. Um estudante de 19 anos foi preso após atirar uma pedra na cabeça de um policial e depredar uma viatura da Polícia Militar. Ele responde por lesão corporal e desacato a autoridade. 

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Outras duas ocorrências foram registradas pela Polícia Militar. Duas viaturas da corporação, que estavam estacionadas próximas ao Congresso, foram depredadas com chutes e pedradas nos vidros e lataria. Além disso, policiais da Rotam Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) apreenderam uma série de materiais usados para cometer atos de vandalismo durante o confronto, como barras de ferros, canos de PVC, latas de tinta e outros objetos. 

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Na manhã desta sexta-feira, peritos da Polícia Federal (PF) fazem análises técnicas no Palácio Itamaraty para verificar danos, prejuízos e problemas causados por manifestantes que invadiram o prédio ontem. Os policiais registram imagens de detalhes do prédio, analisam os locais ocupados pelos manifestantes ontem e avaliam eventuais prejuízos.

Dois dias após ‘tomada’ do Congresso, manifestantes quebram Itamaraty

Após subir no prédio do Congresso Nacional na terça-feira e protagonizar o maior feito dos protestos no País, manifestantes de Brasília se reuniram novamente ontem em frente ao parlamento. Desta vez, no entanto, o confronto com policiais foi inevitável. Um grupo quebrou vidros da fachada do Palácio Itamaraty e tentou invadir o Congresso. Policiais jogaram várias bombas de gás lacrimogêneo contra a multidão. Manifestantes acenderam fogueiras no gramado, tentaram arrancar mastros das bandeiras dos Estados que ficam em frente ao Congresso e picharam placas com as palavras "ladrões" e "vergonha". A fachada do Ministério da Saúde também foi pintada.

Ativistas ficam indignadas com ato de vandalismo em Brasília:
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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