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Protesto contra governador termina em vandalismo no RS

26 set 2013 - 21h10
(atualizado às 22h32)
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Agência bancária foi depredada
Agência bancária foi depredada
Foto: Daniel Favero / Terra

Um protesto por passe livre e melhorias na educação terminou em vandalismo no centro de Porto Alegre. Após se concentrarem em frente à prefeitura, cerca de 100 manifestantes, a maioria de rostos cobertos, saíram em marcha pela região.

Lojas, agências bancárias e até um museu foram depredados no caminho até o Palácio Piratini, sede do governo do Estado. Alguns manifestantes tentaram incendiar tapumes que protegem o prédio onde mora o prefeito, José Fortunati. A polícia agiu lançando bombas de efeito moral e houve prisões. Um dos detidos já fora apreendido tentando invadir a prefeitura, mas na época era menor de 18 anos e foi liberado.

O evento, convocado pelo Facebook, pretendia ser "um grande ato de denúncia dos mil dias do governo Tarso Genro", que os ativistas consideram "que ataca os direitos dos trabalhadores". Na convocação, os organizadores diziam: "Chegou a primavera, é a hora dos povos voltarem as ruas".

Entre as reivindicações, está o passe livre municipal, com transporte 100% gratuito no Estado, a desmilitarização da Brigada Militar, controle público das licitações e a descriminalização dos protestos, além do apoio às lutas dos professores e rodoviários. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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