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Procon do Rio autua SuperVia por problemas nas estações de trem

Empresa tem 15 dias para se explicar. Multas decorrentes da Operação Via Crucis podem chegar a R$ 7,2 milhões

27 mai 2013 - 14h32
(atualizado às 14h34)
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A SuperVia foi autuada pela Secretaria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Seprocon) e o Procon-RJ em uma multa que pode variar de R$ 481,32 a R$ 7,2 milhões nesta segunda-feira. A Operação Via Crucis inspecionou 24 estações de trem do ramal de Santa Cruz. Entre as irregularidades verificadas está a presença de banheiros destinados aos passageiros em apenas cinco estações (Deodoro, Cascadura, Madureira, Engenho de Dentro e Central), além de acesso a cadeirantes apenas em uma estação (Cascadura). A empresa tem, agora, 15 dias para se explicar.

Segundo o Procon-RJ, a grande maioria das estações não dispõe de cobertura, com o usuário ficando exposto a intempéries. Além disso, boa parte não contava com extintores de incêndio. A equipe fiscalizou a quantidade de passageiros nos vagões, estado de conservação dos trens, ventilação das estações, elevadores para pessoas com deficiência e número de funcionários para atendimento.

A fiscalização embarcou na estação de Santa Cruz, às 4h45, em direção à Central do Brasil, e os agentes foram divididos em cinco equipes, a fim de vistoriarem todas as estações daquele ramal. Antes, porém, parte da equipe do Procon-RJ chegou a ter sua entrada barrada por funcionários da SuperVia. Diante da ameaça de voz de prisão por parte do diretor de fiscalização, Fábio Domingos, a entrada acabou sendo liberada.

Ao longo da viagem, a secretária Cidinha Campos conversou com passageiros para saber deles qual a opinião sobre o serviço prestado pela SuperVia. A operadora de telemarketing Bianca dos Santos não escondeu sua indignação. "A gente enfrenta trem lotado e volta e meia a composição enguiça, fica parada mais de meia hora, e ninguém explica nada. Isso quando não anda para trás. É um absurdo", reclamou.

Além da falta de acessibilidade para deficientes físicos, de banheiros, de coberturas e de extintores nas estações, os fiscais verificaram outra infração da concessionária na estação de Cosmos. As bilheterias eram para estar abertas desde as 4h40, conforme cartaz afixado no próprio guichê, mas os ingressos só começaram a ser vendidos às 5h10. O resultado disso foi a formação de fila para a compra dos bilhetes.

O diretor de fiscalização do Procon, Fábio Domingos, disse que os principais problemas foram encontrados no atendimento aos usuários e no acesso das pessoas com deficiência às plataformas de embarque. Segundo ele, há um grande número de reclamações sobre os serviços prestados pela empresa. "Os elevadores de acesso aos cadeirantes não estavam funcionando, apenas uma estação estava com o serviço em pleno funcionamento. Mesmo assim, uma única pessoa é responsável por exercer essa função, e ela demorou 20 minutos para atender", relatou Domingos.

"Hoje, a SuperVia vive várias realidades nos trens: temos os péssimos, os bons e os ótimos. Nas estações, as realidades são duas: mais ou menos e péssima. Nos trens, isso começa mudar a partir de 2014, quando 60 trens chegam para renovar a frota. Mas nas estações a SuperVia já podia, há muito tempo, ter melhorado as condições de atendimento aos passageiros. E é isso que nós vamos cobrar. Não podemos aceitar essa pequena quantidade de banheiros e a falta de acesso aos cadeirantes", comentou Cidinha Campos. Segundo a secretária, a fiscalização será estendida aos outros quatro ramais da SuperVia.

A assessoria da concessionária informou que até o final do dia vai divulgar uma nota sobre a fiscalização do Procon. Os trens da SuperVia transportam diariamente cerca de 540 mil passageiros da Baixada Fluminense e de subúrbios do Rio.

Com informações da Agência Brasil.

Agência Brasil Agência Brasil
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