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Presidente da Cedae culpa Light por falta de água no RJ

28 jan 2010 - 05h46
(atualizado às 06h08)
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Diante de novas falhas no abastecimento de água do Rio de Janeiro, o presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Wagner Victer, cobrou na última quarta-feira da diretoria da Light uma solução para o problema. Segundo Victer, a falta de água, que na quarta-feira chegou aos bairros Tijuca, Flamengo e Centro, estaria relacionada a sucessivos piques de luz em estações de tratamento da Cedae. "Nos últimos 9 dias, foram 20 quedas de luz em estações de tratamento", disse Victer.

Ainda na quarta-feira, prédios de várias ruas da Tijuca não estavam recebendo água e as cisternas estavam quase vazias. A dona de casa Maria Aparecida de Lima, 43 anos, enfrentou dificuldade até para estocar água em panelas. Seu prédio, na rua Oliveira da Silva, fechou o registro para ajudar na economia e só liberava cinco horas diárias de água para os moradores. "A gente tem que tomar banho correndo e lavar a louça com pressa. Espero que a caixa d¿água não fique vazia de vez".

O subsíndico do prédio, Roberto Carvalho, 70 anos, contou que procurou uma solução para o problema durante todo o dia, mas não conseguiu. "Liguei para dez empresas de caminhões-pipa e não consegui nenhum. Se a água acabar, não teremos nem como tomar banho", disse.

Em outro ponto do bairro, na rua São Miguel, um vendedor ambulante calculava o prejuízo: "Vendo churrasquinho, mas hoje não vou poder trabalhar. Vou perder cerca de R$500. Depois, quando a conta chegar, como vou fazer para pagar?".

A falta d'água também atrapalhou a vida dos moradores de outros bairros e municípios. A seca foi registradas em trechos do Centro, Zona Sul e Zona Oeste. No Flamengo, a academia Upper teve que mudar seus hábitos. "O banho aqui ainda está liberado, mas desligamos alguns 'boxes para economizar'", disse a gerente, Paula Lima.

Medidas para proteger a rede elétrica
Na reunião de Wagner Victer com a diretoria da Light, foram definidas ações em conjunto para resolver o problema, entre as quais a proteção física da rede de energia que abastece as estações da Cedae e separação da fiação do resto da cidade.

"Pago por ano R$ 200 milhões em contas de luz. Faço questão de ter um sistema elétrico de qualidade", falou Victer. Ele garantiu que está sendo feito esforço para resolver a situação. "Conversei com a Light e chegamos a um acordo".

A Light informou que interrupções no fornecimento de energia às instalações da Cedae são tratadas prioritariamente pela empresa, devido à relevância do serviço. A Cedae também notificou a Ampla por falhas no fornecimento de energia para a companhia.

Fonte: O Dia
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