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Prejuízos com a invasão à Câmara de Campinas podem chegar a R$ 50 mil

12 ago 2013 - 22h17
(atualizado às 22h17)
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Na abertura da sessão desta noite de segunda-feira, o presidente da Câmara de Vereadores de Campinas, Campos Filho (DEM)  classificou de “marginais, bandidos, animais e vândalos” os 130 jovens que invadiram e quebraram equipamentos e mobiliários do Legislativo na última quarta-feira. "Vândalos, não teremos complacência. Esses são verdadeiros animais, marginais que agem covardemente escondidos por traz de máscaras e disfarces", disse. "Nos sentimos ultrajados dos ataques desses bandidos."

Os jovens protestavam pedindo o passe livre, a assinatura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os cálculos da planilha de custos da passagem de ônibus e o pedido da saída do secretário de transportes Sergio Benassi (PCdoB). Cerca de quatro horas após os manifestantes entrarem no plenário e quebrarem mesas, cadeiras, equipamentos de sonorização e pichar paredes, a Tropa de Choque da Policia Militar foi chamada e retirou à força os jovens do local.

O grupo foi levado ao plantão policial e cada um foi identificado e fichado. Campos Filho disse que todos serão responsabilizados pelos prejuízos causados à Casa. De acordo com ele, em uma primeira avaliação, os custos pode chegar a R$ 50 mil. Os trabalhos de recuperação do prédio terminaram na tarde de domingo. Os setores mais afetados foram o mobiliário, a fiação elétrica e microfones das mesas dos 33 parlamentares.

"Se for menor de idade, vamos procurar os seus responsáveis, que serão acionados para responder pelos seus atos", disse o presidente da Câmara. Os boletins de ocorrência foram registrados no 5º Distrito Policial, e o departamento jurídico do Legislativo irá acionar os manifestantes e requerer indenização para cobrir os prejuízos.

Durante o pronunciamento do vereador Paulo Bufalo (Psol), um popular que estava na platéia quebrou um quadro com o retrato da ex-vereadora Marcela Moreira (Psol), que estava junto aos manifestantes e chegou a ser detida na ocasião pela Polícia Militar. O homem rasgou a fotografia da ex-parlamentar e foi contido pela Guarda Municipal. A sessão foi interrompida por alguns minutos e voltou dando espaço para as falas dos demais parlamentares com discursos inflamados contra os atos dos manifestantes. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Especial para Terra
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