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Prefeito do Rio: 'Polícia tem que entender que manifestações são legítimas'

Eduardo Paes manda recado para PM e admite que transporte público carioca é ruim

17 jun 2013 - 16h26
(atualizado às 16h36)
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O prefeito do Rio de Janeiro relutou em falar diretamente sobre a atuação da Polícia Militar durante o protesto realizado em frente ao Estádio Maracanã no último domingo (16), durante o jogo entre Itália e México. Mas Eduardo Paes, que participou de um seminário do jornal Financial Times a respeito dos grandes eventos esportivos que a cidade está recebendo, fez um alerta para a PM, que será colocada à prova mais uma vez na noite desta segunda-feira (17), em outra manifestação.

<p>Com faixas, cartazes e apitos, os manifestantes passaram pelas avenidas Presidente Wilson e Padre Manoel da Nóbrega</p>
Com faixas, cartazes e apitos, os manifestantes passaram pelas avenidas Presidente Wilson e Padre Manoel da Nóbrega
Foto: João Domingues / vc repórter

“Eu prefiro não comentar (o confronto) porque não acompanhei. Estava dentro do estádio. Mas a polícia tem que entender que manifestações são legítimas em um país democrático. Não é normal, de jeito nenhum, que se agrida as pessoas, deteriore o patrimônio público. Mas não cabe a mim essa repressão”, disse o prefeito, que pediu para os jornalistas questionarem o governador sobre a PM.

“Do ponto de vista da cidade, o que a gente faz é colocar o centro de operações para trabalhar para que o transtorno que sempre gera no trânsito seja o menor possível. É um direito das pessoas se manifestar, é um direito das pessoas protestar.”

Mas os protestos pela diminuição da tarifa parecem não serem capazes de fazer o prefeito mudar de ideia. Paes admitiu que o transporte público carioca deixa a desejar, mas que é inviável estatizá-lo ou implementar o passe livre.

“A cidade do Rio, no caso do bilhete único, é uma das mais baratas do Brasil. E aqui não tem subsídio nenhum. Não dou dinheiro nenhum para empresário. Tem um subsídio indireto, de desonerar do ISS. De tirar do custo da tarifa. A gente tem procurado fazer investimento nos BRTs. O grande desafio do Rio no transporte é a gente melhorar a qualidade do serviço. O serviço é muito ruim. A população tem razão de reclamar desse serviço. O sistema ainda é ruim”, afirmou Paes.

Prejuízo da imagem do Rio

O prefeito carioca disse não se preocupar com a imagem que o exterior terá do Rio em relação aos protestos. E descartou que as manifestações prejudiquem a organização da Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíada de 2016.

“O mundo inteiro tem protesto. Um ano antes da Olimpíada de Londres, o pau quebrou e não deixou de ser realizada a Olimpíada lá. A gente tem que acabar com esta mania de que protesto democrático de contestação ao governo não pode. Acabou a época de golpe. Brasil é democracia consolidada. É igual uma pergunta que um inglês fez para mim agora sobre violência em estádio. Inglês quer vir falar... É natural, aceitável, normal que as pessoas protestem.”

Fonte: Terra
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