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PR: 7 são presos em protesto; governador diz que não se sente alvo

Todos os detidos, já liberados, estavam envolvidos na depredação e tentativa de invasão do Palácio Iguaçu, sede do governo do Estado

18 jun 2013 - 16h39
(atualizado às 16h40)
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<p>No final do protesto de ontem, grupo de manifestantes tentoi invadir a sede do governo do Estado</p>
No final do protesto de ontem, grupo de manifestantes tentoi invadir a sede do governo do Estado
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra

A manifestação de segunda-feira em Curitiba terminou com sete pessoas presas e outras 42 indiciadas por formação de quadrilha e dano ao patrimônio público. Todos esses, segundo o comandante da Polícia Militar do Estado, coronel Roberson Luiz Bondaruk, estavam envolvidos na depredação e tentativa de invasão do Palácio Iguaçu, sede do governo do Estado, ocorrida no final do protesto. “Foram três pressoas presas por dano ao patrimônio e quatro por desacato. Mas filmamos tudo e já identificamos outras 42 pessoas”, disse o coronoel, que classificou como “uma ação de sucesso” o trabalho da Polícia Militar na noite de ontem.

Entre os presos estava Yuri Sfair, enteado do deputado federal Angelo Vanhoni (PT-PR). Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinícius Michelotto, todos os detidos já foram liberados mediante pagamento de fiança. “Eles e os outros 42 identificados pela PM serão investigados, além do dano ao patrimônio, por formação de quadrilha, e podem ser presos a qualquer momento”, disse. Yuri negou que tenha depredado o Palácio Iguaçu, afirmando que agiu o tempo todo para tentar evitar o tumulto.

Apesar de o protesto ter terminado em frente ao Palácio e de várias palavras de ordem contra o governo do Estado terem sido gritadas durante a passeata, o governador Beto Richa (PSDB) disse não se sentir alvo das manifestações. “Não vi nenhuma manifestação, nenhuma faixa em relação ao nosso governo. E não tem motivo para manifestações contra meu governo porque sou o único governador do País a anunciar a redução da tarifa do transporte público dos ônibus que estão sob a gestão do Estado. Nós reduzimos a tarifa e também demos condições para que os prefeitos das grandes cidades façam o mesmo”, afirmou.

O governador também alfinetou o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT),  acerca da tarifa da capital paranaense, hoje em R$ 2,85. “O prefeito já disse que não vai reduzir a passagem, já deu suas explicações sobre isso e não quero transformar essa questão em questão política, apesar de que, quando subiram a passagem, a desculpa que deram era que isso acontecia porque foi cortado o subsídio (o governo do Estado subsidia a tarifa por conta da integração com a região metropolitana, mas Beto Richa anunciou que não renovaria o subsídio, que vencera em maio). O subsídio foi recomposto (o governador voltou atrás e manteve o subsídio) e, além disso, três impostos foram isentos para o transporte público”, disse.

O governador Beto Richa chamou de bardeneiro o pequeno grupo de manifestantes que entrou em confronto com a polícia ao tentar invadir o palácio e disse ver motivação política na ação. “A manifestação foi pacífica, ordeira, com um grande número de pessoas participando para reivindicar suas propostas, apresentar suas ideias. Lamentavelmente, no final de um longo percurso, bardeneiros, não tenho dúvida que com fins políticos, tentaram invadir o Palácio Iguaçu, depedrar o patrimônio que é dos paranaenses. E a polícia teve que reagir”, disse, para depois elogiar a postura da PM e dizer que a estratégia de acompanhar à distância e só agir em caso de vandalismo será mantida para as próximas manifestações.

Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra.

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Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40.

O prefeito da capital havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.

Fonte: Especial para Terra
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