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Polícia expulsa manifestantes da Câmara Municipal do Rio

31 jul 2013 - 22h39
(atualizado às 23h14)
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Manifestantes chegaram a ocupar a Câmara de Vereadores, mas foram retirados pela polícia
Manifestantes chegaram a ocupar a Câmara de Vereadores, mas foram retirados pela polícia
Foto: Ariel Subirá / Futura Press

A Polícia Militar desocupou por volta das 22h40 o prédio da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, que havia sido invadido mais cedo por um grupo de manifestantes. Após a expulsão, houve um grande tumulto do lado de fora do prédio, com os policiais militares perseguindo alguns manifestantes, que foram agredidos com cacetetes.

Um grande contingente de policiais militares cercava o prédio para evitar que os manifestantes voltem a tentar invadir a Câmara Municipal. Apesar da forte presença policial, ainda era grande o número de pessoas reunidas em frente ao Legislativo, que fica na Cinelândia, centro do Rio.

Mais cedo, os manifestantes participaram de uma caminhada até a sede do Ministério Público, onde foram recebidas pelo procurador-geral de Justiça, Marfan Vieira, e posteriormente se dirigiram para a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), e depois foram para a Câmara de Vereadores.

Os manifestantes que ocuparam o Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara, diziam que não pretendiam sair do local. Pouco antes das 21h, um grupo de aproximadamente 20 pessoas conseguiu entrar por um portão lateral que estava aberto. O restante dos manifestantes ficou do lado de fora porque policiais militares conseguiram bloquear a entrada.

O grupo que estava no interior do prédio estendeu faixas nas janelas, com dizeres contra a corrupção, charges ironizando a violência policial e frases contra o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Eles eram apoiados pelos manifestantes do lado de fora, que, inclusive, passavam alimentos. 

Protestos mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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