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Cidades

PM negocia saída de manifestantes da Esplanada dos Ministérios

5 set 2013 - 22h42
(atualizado às 22h50)
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Policial usa spray de pimenta para tentar dispersar manifestantes em acampamento no gramado da Esplanada dos Ministérios
Policial usa spray de pimenta para tentar dispersar manifestantes em acampamento no gramado da Esplanada dos Ministérios
Foto: José Cruz / Agência Brasil

Desde a tarde desta quinta-feira, a Polícia Militar negocia com manifestantes a liberação do gramado em frente à Esplanada dos Ministérios. Um grupo de agentes penitenciários, acampados no local desde o início de julho, estão saindo pacificamente, segundo informações da PM.

Dois grupos, no entanto, dizem que não vão sair do local. Um é composto por esposas de militares e o outro é formado por jovens protestando contra a corrupção.

Dois jovens, um homem e uma mulher, foram presos e encaminhados para a 5ª Delegacia de Polícia. Segundo relatos da polícia, a moça portava um estilingue na mochila e foi detida. O rapaz, por sua vez, tentou entrar pela janela de uma viatura, ferindo uma policial.

A polícia informou ainda que a orientação é que ninguém fique no local, devido aos eventos do próximo sábado. No momento, diante da resistência dos grupos, a polícia aguarda uma ordem para efetuar a retirada dos manifestantes. Além do tradicional desfile, com a presença da presidente Dilma Rousseff nas tribunas, várias manifestações populares estão marcadas na Esplanada dos Ministérios para o dia 7.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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