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PF deve indiciar 3 suspeitos de depredar o Itamaraty em protesto

16 jul 2013 - 08h11
(atualizado às 08h11)
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<p>Samuel Ferreira Souza de Jesus, 19 anos, &eacute; um dos tr&ecirc;s suspeitos apontados pelo inqu&eacute;rito</p>
Samuel Ferreira Souza de Jesus, 19 anos, é um dos três suspeitos apontados pelo inquérito
Foto: Breno Fortes / CB/DA Press

A Polícia Federal (PF) deve indiciar três manifestantes suspeitos de participar da depredação do palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, durante o protesto do dia 20 de junho em Brasília. Domivan Pereira de Almeida, 18 anos, Samuel Ferreira Souza de Jesus, 19 anos, e Cláudio Roberto Borges de Souza, 32 anos, foram flagrados em fotos e vídeos e devem responder a processo por dano ao patrimônio público federal. A pena prevista para este tipo de crime, se cometido com violência ou uso de substância explosiva, varia de seis meses a três anos de prisão. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

De acordo com o jornal, as investigações preliminares da PF indicam que a motivação dos três para o ato não foi ideológica. Responsável pelo caso por se tratar de um prédio do governo federal, a PF ainda não interrogou os três suspeitos, que foram detidos e interrogados pela Polícia Civil do Distrito Federal, que procura outros quatro manifestantes que também participaram de atos de vandalismo naquela noite.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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