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'Perdemos a referência, sumiu tudo', diz prefeito após chuvas no ES

Cidades como Baixo Guandu, Colatina e Nova Venécia ainda contabilizam os prejuízos causados pela maior cheia na região desde 1979

24 dez 2013 - 07h35
(atualizado às 11h03)
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<p>Nova Venécia é uma das cidades mais afetadas pela enchente no Espírito Santo</p>
Nova Venécia é uma das cidades mais afetadas pela enchente no Espírito Santo
Foto: Felipe Lima / vc repórter

A forte chuva que atingiu o Espírito Santo nas últimas semanas deixou várias cidades do Estado embaixo d'água. E, à medida que ela vai baixando, a destruição pode ser percebida com mais precisão. Com pouco mais de 30 mil habitantes, a cidade de Baixo Guandu foi uma das atingidas. O prefeito do município, Neto Barros (PCdoB), descreve desta maneira o que presenciou: "Essa chuva pegou as cabeceiras da serra e todos os córregos, igarapés vieram com uma força violenta. Sobrevoando você vê uma imagem desoladora. Perdemos a referência, sumiu tudo", afirmou.

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O prefeito disse que os donativos têm chegado e que a maior dificuldade da cidade neste momento é por máquinas, que possam ajudar no serviço de limpeza e retirada do entulho. Segundo ele, outra adversidade é o acesso às comunidades do interior. "Precisamos de máquinas, como retroescavadeira. Foram mais de 20 pontes que caíram. As estradas caíram. É um cenário de guerra, destruição total, de um prejuízo incalculável. Só as pontes são cerca de R$ 150 mil cada uma. Calculamos cerca de R$ 10 milhões de prejuízo. Perdemos uma vida. Perdemos muitos animais. E continua chovendo. A situação é muito triste."

De acordo com Barros, houve alagamentos em vários bairros. "Somos banhados pelo rio Doce, é o primeiro município na divisa com Minas Gerais. Temos também o rio Guandu. Esses dois rios encheram muito, passaram de 5 metros", disse. Segundo o prefeito, existem distritos completamente ilhados. Ele contou que as cenas vistas são fortes: "O que era rio virou mar, o que era córrego virou rio. O pessoal mais idoso, que está há muito tempo na roça, está muito assustado. Muita gente perdendo as casas. Onde a água nunca chegou nem na soleira ela passa no telhado." 

O prefeito lembrou que a última grande cheia na cidade ocorreu em 1979. "Foi quando choveu 39 dias direto. A chuva desabrigou mineiros, derrubou a ponte principal. De lá pra cá tinha uma chuva ou outra, mas essa foi a maior de todos os tempos. A de 79 fez encher o rio Doce", recordou.

Colatina

Com 120 mil habitantes, a cidade de Colatina ainda não conseguiu contabilizar seus prejuízos. O prefeito Leonardo Deptulski (PT) conta que são mais de 150 famílias desabrigadas. "Nem todas estão em escolas, algumas estão em amigos e parentes. São 50 famílias em escolas. Mas com esse bairro que estou agora vai ultrapassar 200 famílias, o que dá cerca de 800 a 1 mil pessoas. Vamos esperar esse período de chuvas mais intensa para avaliar cada caso", disse.

"Temos pelo menos 20 pontos críticos com grande risco de desabamentos, deslizamento sobre casas. Tivemos uma vítima, que morreu soterrada e duas pessoas envolvidas em dois desabamentos. Graças a Deus os dois estão hospitalizados e não correm risco de morte. Tivemos cinco casas desabadas e outras casas em situação de risco. Um dos problemas é a chuva e o outro problema é o rio, que subiu na semana passada e atingiu 7,82 (metros), a cota de inundação é 5,20 metros", afirmou. "Estamos esperando pra essa noite um aumento considerável do rio Doce. Hoje (segunda-feira) tivemos um dia com menos chuva, agora à tarde deu um sol o que trouxe um alento."

Ele afirmou que o município nunca viveu uma situação parecida. "Nunca tivemos um volume de uma intensidade tão grande como agora. É o período mais crítico que vivi."

Nova Venécia

Em Nova Venécia, com 46 mil habitantes, o prejuízo calculado é de R$ 50 milhões. "Muitas edificações e prédios ficaram comprometidos. Muitas casas foram derrubadas e algumas vão ter que passar por avaliação da Defesa Civil. Em lugares que a água nunca chegou, dessa vez alcançou um metro e meio. Inundou a cidade. Deixou um rastro de destruição. Tivemos uma vítima fatal, que rompeu uma barragem em um bairro e matou uma pessoa. Uma homem de 65 anos. Estamos dando a volta por cima, fizemos a limpeza da cidade. Outros municípios nos ajudaram com carro-pipa", afirmou o prefeito Mario Sergio Lubiana (PSB).

Segundo ele, a infraestrutura da cidade também foi comprometida. "Perdemos a passarela, que o rio a carregou. Temos muitos buracos, muitos bueiros rompidos, muito calçamento retirado, mais de 50 caçambas de areia foram retiradas, muita lama. Agora temos que recuperar outras regiões como o interior."

Fonte: Terra
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