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PB: protesto pacífico reúne mais de 20 mil em João Pessoa

Com caras pintadas e apenas gritos de guerra, a multidão percorreu várias ruas do Centro da Capital paraibana

20 jun 2013 - 22h05
(atualizado às 22h35)
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Mais de 20 mil pessoas participaram de protestos nas ruas de João Pessoa, nesta quinta-feira (20, de acordo com o secretário executivo de Segurança e Defesa Social da Paraíba, Jean Francisco Bezerra. Segundo ele, nenhuma ocorrência grave foi registrada. A Polícia Militar da Paraíba informou que apenas três pessoas foram detidas por desordem. 

Com caras pintadas e apenas gritos de guerra, a multidão percorreu várias ruas do Centro da Capital paraibana e seguiu até a orla marítima, atingindo cerca de cinco quilômetros. A estudante de engenharia mecânica, Nayana Lobo Maia, revelou os motivos pelos quais participou do protesto. “Os amigos se juntaram e resolveram vir para protestar, além do transporte público ineficiente, contra a PEC 37, a saúde, educação, a cura gay e, principalmente, contra a seca. A presidente Dilma Rousseff não olha para o Nordeste”, afirmou.

Durante o percurso, os manifestantes gritavam ‘sem violência’ e ecoavam o hino brasileiro. Por volta das 17h, o grupo dividiu-se em dois: o primeiro que seguiu para avenida Epitácio Pessoa, a maior do Estado, e outro que seguiu rumo a Praça dos Três Poderes, onde estão as sedes do Palácio da Redenção, da Assembleia Legislativa da Paraíba e do Tribunal de Justiça da Paraíba.

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/protesto-tarifa/iframe.htm" href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/protesto-tarifa/iframe.htm">veja o infográfico</a>

Nesta quinta-feira (20), o muro do colégio Lyceu Paraibano, onde aconteceu a concentração, amanheceu totalmente pichado com frases como ‘Passe Livre Já’. Alunos da instituição se mobilizaram e fizeram um mutirão de limpeza nas paredes.

Na última terça-feira (18), o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), anunciou a redução de R$ 0,10 no valor das tarifas dos transportes públicos municipais. A partir de 1º de julho, o valor cai de R$ 2,30 para R$ 2,20.

<a data-cke-saved-href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/tarifas-de-onibus/iframe.htm" href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/tarifas-de-onibus/iframe.htm">veja o infográfico</a>

Quem também cedeu às pressões populares e anunciou nesta quinta-feira (20) a redução de R$ 0,10 no valor do preço das passagens de ônibus foi o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB). Também a partir de 1º de julho, o valor dos transportes coletivos será de R$ 2,10. Apesar disso, cerca de cinco mil pessoas foram às ruas e participaram do protesto, que também foi pacífico.

Além de João Pessoa e Campina Grande, houve registros de manifestações também nas cidades de Solânea, no Agreste, e Pombal, Patos, Sousa e Cajazeiras, no Sertão do Estado.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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