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Patriota diz que atos de vandalismo não podem se repetir

21 jun 2013 - 08h19
(atualizado às 08h19)
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O ministro as Relações Exteriores, Antonio Patriota, havia ido embora e retornou ao Palácio Itamaraty assim que soube do protesto no prédio, na noite de quarta-feira. Manifestantes invadiram a sede do Ministério das Relações Exteriores. Houve princípio de incêndio na parte externa.

"Voltei ao prédio com o secretário-geral do Itamaraty, o chefe da Administração e com outros assessores. Fiquei muito indignado com o que ocorreu. Este é um prédio que é um patrimônio da nação brasileira, um patrimônio público, que representa a busca do entendimento pelo diálogo, com base no direito. Este foi um ato de vandalismo que não pode se repetir", disse por intermédio da assessoria de imprensa.

O ministro ressaltou que é necessário que os manifestantes "transmitam suas reivindicações de forma pacífica" para que tenham "credibilidade". Patriota lembrou que a partir do momento que há destruição do patrimônio público isso "destitui de qualquer legitimidade política e moral".

"Eu acredito que a grande maioria dos manifestantes não se associa à violência e está, pelo contrário, procurando como aperfeiçoar a democracia brasileira por formas legítimas de manifestação", destacou o chanceler, que costuma deixar o prédio Itamaraty apenas à noite.

O chanceler disse ainda que a segurança da sede do ministério foi reforçada a pedido dele. "Eu gostaria de acreditar que são atos isolados e que a grande maioria dos brasileiros não se comporta dessa forma. E, é verdade que está, sim, havendo resposta e nós mesmos pedimos reforço aqui, e na mesma hora ele chegou", disse Patriota, por intermédio, de sua assessoria de imprensa.

Patriota acrescentou ainda que as autoridades policiais reagiram ao desafio imposto pelos atos isolados de violência. "Agora, é um desafio de um tipo novo, então nós precisamos estar muito atentos", disse o chanceler. Na noite de quinta-feira, a Esplanada dos Ministérios onde está o prédio Itamaraty, localizado ao lado do Congresso Nacional e do edifício do Ministério da Saúde foi ocupada por manifestantes.

Antes dos episódios registrados na noite de ontem, na Esplanada dos Ministérios, Patriota elogiou as manifestações em várias cidades do país e negou semelhanças com os protestos na Turquia. "A própria presidenta (Dilma Rousseff) deu a tônica da resposta do governo às manifestações. A partir do momento em que sejam pacíficas, tratem de temas que merecem atenção do governo e que sejam legítimas, elas serão ouvidas com a atenção e o respeito que merecem", disse ele.

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Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

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Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. No dia 19 de junho, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciaram a redução dos preços das passagens de ônibus, metrô e trens metropolitanos para R$ 3. O preço da integração também retornou para o valor de R$ 4,65 depois de ter sido reajustado para R$ 5.

Agência Brasil Agência Brasil
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