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MPT aponta negligência em obra que matou operário em Viracopos

22 mar 2013 - 22h31
(atualizado às 22h35)
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Procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT) vistoriaram e constataram a falta de escoras laterais nas obras de ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, onde um operário morreu soterrado após um desabamento na manhã desta sexta-feira. O Consórcio Aeroportos Brasil é o responsável pela obra, por meio de seu subsidiário Consórcio Construtor Viracopos, do mesmo grupo econômico.

"Houve negligência do consórcio no fornecimento de proteção coletiva (escoramento), que poderia ter evitado o acidente fatal. A responsabilidade de manter a obra em perfeitas condições de segurança é unicamente do empregador, a quem compete fiscalizar o seu cumprimento e zelar pela integridade física de seus trabalhadores. Esperamos sinceramente que o consórcio tome providências em favor da família do acidentado', disse o procurador Alex Duboc Garbellini.

De acordo com o MPT, o escoramento é exigido pelas normas de segurança do trabalho. No momento do acidente, os operários trabalhavam em um plano inclinado que levava até o local mais profundo da escavação, quando a terra desabou sobre dois deles. O MPT destaca que o terreno estava molhado e havia atividade de retroescavadeiras no entorno da escavação.

Além dos procuradores e peritos do Ministério Público do Trabalho, foram ao canteiro de obras fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e policiais civis.

Em setembro do ano passado, o MPT, o MTE e o Consórcio Aeroportos Brasil criaram um protocolo de trabalho em que a empresa se comprometeu a fornecer o cronograma das obras de ampliação do aeroporto e suas atualizações a cada 45 dias. O MPT também manteve vistorias periódicas no terminal.

"Dois dias antes do acidente que vitimou o trabalhador, o MPT fez uma dessas vistorias, no Píer C, que fica distante do local onde aconteceu o acidente, para verificar o trabalho em altura. Foram encontradas irregularidades, como a falta de guarda-corpos e ausência de rodapés de proteção. O relatório apontando os problemas e cobrando as soluções foi finalizado, mas não pôde ser enviado ao consórcio antes do acidente fatal de hoje", disse o MPT em nota.

Também em nota, a Aeroportos Brasil Viracopos declarou que já deu início ao processo de apuração das causas do acidente, "que serão divulgadas assim que concluídas". 'A Aeroportos Brasil Viracopos e o Consórcio Construtor de Viracopos reiteram que as obras de construção do novo terminal de Viracopos seguem as normas e padrões de segurança", diz a nota. 

Agência Brasil Agência Brasil
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