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Movimento por moradia faz protesto e acampa em frente à prefeitura de SP

15 jul 2013 - 07h22
(atualizado às 22h35)
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Desde as 23h de domingo, dezenas de barracas foram montadas na porta de prefeitura de São Paulo, onde cerca de 200 pessoas estão acampadas cobrando a administração municipal pela construção de 55 mil moradias populares prometidas pelo prefeito Fernando Haddad em sua campanha de governo. Os manifestantes estão no viaduto do Chá, monitorados por guardas civis metropolitanos e pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

De acordo com Paulo Roberto Nunes Viana, coordenador do Movimento de Moradia Casa 10, os manifestantes pedem o cumprimento da promessa, além da manutenção do antigo programa Bolsa Aluguel, hoje conhecido como Parceria Social.

“Conhecemos a máquina da prefeitura. Demora muito para fazer projeto, escolher terra, etc. Mas como já temos experiência nisso já estamos apresentando as terras com a documentação e com o projeto, então estamos ajudando o prefeito a cumprir com a promessa de 55 mil moradias. Ninguém aqui é inocente de que em seis meses construirá tudo isso, nem em quatro anos”, afirmou um dos líderes do movimento.

Além das barracas, uma grande tenda também foi montada no local para que os manifestantes possam comer. Segundo Paulo, há comida para cerca de 3 meses.

“Temos estrutura, mas queremos prazo. Quando vai atender nossas famílias? Quando vai publicar a desapropriação dos terrenos no Diário Oficial? Quando vai pagar esses terrenos? Não temos prazo para sair daqui”, disse o coordenador.

Paulo ressaltou a importância do programa Bolsa Aluguel, porém, acredita que a quantia de R$ 400 mensais é pouca, já que o valor dos imóveis na capital paulista está bastante elevado.

“Queremos que mantenha esse programa, que contribuiu muito com as famílias que ganham R$ 500. Os aluguéis de São Paulo estão muito caros. Até as famílias receberem as moradias esses programas ajudam muito. Quem tem dinheiro para pagar o aluguel não consegue comer”, completou Paulo.

O coordenador afirmou ainda que já entregou projetos à prefeitura e mostrou quais terrenos poderiam ser utilizados para que essas moradias começassem a ser construídas.

“Temos vários terrenos que indicamos, já com documentação. Eles têm dívidas enormes com IPTU, INSS, Sabesp. Só nesses terrenos cabem cerca de 4 mil moradias, o que já é um começo. Na Petrobras, por exemplo, cabem mais 6 mil pessoas. Esse, inclusive, já tem projeto aprovado. A prefeitura não faz porque não quer”, completou.

Por meio de nota, a prefeitura de São Paulo disse entender a manifestação e afirmou que cumprirá a promessa de 55 mil moradias no prazo de quatro anos.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

 

Colaborou com esta notícia o internauta Jacques Royzen, de São Paulo (SP), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Terra
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