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Morador diz que explosão de loja no ABC foi 'cena de terror'

24 set 2009 - 16h02
(atualizado às 17h05)
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Hermano Freitas
Direto de São Paulo

O aposentado Luis Oliveira, 70 anos, descreveu o que chamou de "cena de terror" ao chegar em sua casa, a cerca de um quarteirão de onde uma loja de fogos de artifício explodiu, em Santo André, na região do Grande ABC Paulista. Segundo ele, a força da explosão projetou estilhaços de tijolos para longe.

A força da explosão fez um carro ser arremessado
A força da explosão fez um carro ser arremessado
Foto: Reinaldo Marques / Terra

A explosão causou um incêndio de grandes proporções na rua Américo Guazelli, na altura do número 200, por volta das 12h30. Pelo menos duas pessoas morreram e outras seis ficaram gravemente feridas, segundo os Bombeiros. Mais duas pessoas estão desaparecidas. As vítimas ainda não foram identificadas.

"Eu vi a casa da minha sogra destruída e meninas passando correndo feridas, em busca de ajuda", disse Oliveira. Segundo ele, os moradores não tinham ideia do "poder de fogo do material que o dono da loja guardava no estoque".

O estoque da loja explodiu formando uma nuvem cinza sobre a cidade. O impacto retorceu janelas e grades metálicas e projetou um carro para cima de um telhado de uma residência. O aposentado, no entanto, não acredita que o local produzisse fogos de artifício.

O dono de um bar anexo ao Clube Acadêmicos Dominó, na rua Uruguaiana, a cerca de 10 m da explosão , disse ter tido a impressão de que um avião havia caído no local."Foi uma coisa horrorosa, as telhas quebraram, eu saí e vi tipo uma bola de fogo. Ficamos dentro do bar acuados",disse Donizete Canos, 43 anos.

A esteticista Vilene Xavier teve escoriações na perna esquerda e foi atendida na Santa Casa. Ela afirmou que, depois de 14 anos, não quer mais morar no local, por que vivia com medo. "Eu sempre dizia que isso ia acontecer", afirmou.

O delegado seccional da cidade, Luiz Carlos dos Santos, afirma que há indícios de artefatos explosivos no local. "Havia muitas varetas que costumam ser usadas para este fim".

A rua, sem saída, foi interditada para o trabalho dos Bombeiros. As vítimas foram levadas para o Centro Hospitalar da cidade, onde estão sendo concentrados os atendimentos.

Nascido de novo

O tatuador Thiago Montanaro, 25 anos, diz ter "nascido de novo". Ele, que mora em uma das casas, disse ter ouvido três explosões e fugiu na terceira. "Nasci de novo e pelado. Vou ter que recuperar tudo, porque nem minhas roupas sobraram", disse.

A fisioterapeuta Ana Lucia Boiano, 37 anos, disse que, a loja já havia sido motivo de brigas entre vizinhos, que não aceitavam a instalação do estabelecimento em um bairro residencial.

"É um descaso por parte das autoridades". Ainda de acordo com Ana Lucia, a loja tinha como principal negócio as pipas, mas cresceu com a venda de fogos de artifício.

Um adolescente de 14 anos afirmou que a loja era pequena e que comprava lá um tipo de bomba chamada fedegoso, que libera forte odor quando explode. Ele disse que não tinha idéia de que havia tanto explosivo no local. O jovem estuda no colégio São José e disse que tudo tremeu no no momento da explosão. "Faltavam cinco minutos pra minha aula de judô e todos foram liberados", disse.

Tânia Ferreira afirmou que viu muita fumaça quando estava passando na avenida onde fica a loja. Ela disse que todos em volta tentaram se proteger e que, além da fumaça, foi sentido um forte cheiro de pólvora.

Fonte: Terra
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