PUBLICIDADE

MG: prédio que desabou havia sido notificado, diz engenheiro

2 jan 2012 - 14h42
(atualizado em 3/1/2012 às 15h00)
Compartilhar
Ney Rubens
Direto de Belo Horizonte

O engenheiro Eduardo Pedersoli, da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) de Belo Horizonte, disse que os moradores do prédio na rua Passa Quatro, que desabou e deixou uma pessoa morta e outra ferida na capital mineira, já haviam sido notificados anteriormente três vezes sobre problemas identificados na construção. Segundo Pedersoli, o prédio, que era formado por dois blocos e 16 apartamentos, "não tinha rede de drenagem de água da chuva, as ferragens das vigas estavam expostas e a rede de esgoto apresentava entupimentos".

Treze pessoas estavam no imóvel ocupado na hora do desabamento, entre elas cinco crianças
Treze pessoas estavam no imóvel ocupado na hora do desabamento, entre elas cinco crianças
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra

Veja o antes e o depois do desabamento de um prédio em MG

De acordo com o engenheiro, os imóveis não foram desocupados porque "na época das vistorias ainda não havia o risco de desabamento". Um orçamento chegou a ser feito pelos moradores com construtoras para a reforma do prédio, mas o serviço teria ficado em torno de R$ 400 mil e por isso o projeto não seguiu adiante. As casas que ficam a 50 m dos prédios que caíram foram isolados e a Defesa Civil avalia interditar as moradias.

Uma delas foi a da comerciante Kênia Medeiros Santana, que viu o momento da queda. "Já estávamos prontos para ir dormir quando escutamos os vizinhos correndo. Eles tinham visto rachaduras na garagem, que fica abaixo do nível da rua. Só deu tempo de chamar meus dois filhos e sair correndo para fora de casa, deixando tudo para trás. A nossa casa ainda não foi interditada, mas pediram para gente não entrar pois a Defesa Civil e os Bombeiros irão avaliar as condições do imóvel. Foi um grande susto, um barulho assustador", relatou ela.

O comerciante Geraldo Santana reclamou da suposta negligência da Defesa Civil: "Eles vieram aqui há um tempo atrás, olharam, conversaram com os moradores e não tomaram nenhuma providência para evitar isso. Há uns 10 anos a prefeitura fez um muro de arrimo aqui e ao lado do prédio que caiu, mas depois de um tempo apareceram várias rachaduras na rua", criticou.

Reforço

O Corpo de Bombeiros informou que pelo menos 40 militares da área administrativa da corporação foram deslocados para áreas atingidas pelos temporais em Minas. O primeiro grupo, formado por 20 homens do Batalhão Emergencial de Meio Ambiente (Bema) de Ouro Preto, seguiram para Itabirito, a 70 km da capital mineira, onde dezenas de pessoas estavam ilhadas depois da cheia do rio que corta o município.

Também foram deslocados 20 bombeiros do Bema de Belo Horizonte para Brumadinho, na região metropolitana, onde o volume de água do rio Paraopeba subiu, inundando grande parte da cidade e deixando pessoas ilhadas. Um helicóptero auxilia nos trabalhos.

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade