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MG: homem morre e 12 ficam feridos em desabamento de prédio

2 jan 2012 - 08h12
(atualizado em 3/1/2012 às 15h01)
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Ney Rubens
Direto de Belo Horizonte

Um prédio de dois andares desabou e provocou a morte de um homem na madrugada desta segunda-feira na rua Passa Quatro, bairro Caiçara, região noroeste de Belo Horizonte (MG). Segundo o Corpo de Bombeiros, a construção já estava condenada pela Defesa Civil e ruiu de vez por volta de 0h30. Um imóvel vizinho também sofreu abalos e caiu. Treze pessoas estavam no imóvel ocupado na hora do desabamento, entre elas cinco crianças. A Polícia Militar foi acionada por moradores, que perceberam a iminência da queda.

Veja o antes e o depois do desabamento de um prédio em MG

Quando chegaram ao local, os militares sentiram o risco e acionaram uma sirene. Onze pessoas foram retiradas antes da estrutura desabar, mas um homem com idade aproximada de 45 anos identificado como Jamilson morreu soterrado. A mulher dele, Maíza Cunha de Moraes, também 46 anos, foi retirada dos escombros com ferimentos graves.

"Algumas pessoas mostraram resistência para sair do imóvel e tivemos que retirá-las à força, pois o número de vítimas seria maior. Outros ainda tentaram voltar para retirar os carros, mas conseguimos impedir. Na hora foi um barulho muito grande e havia terra, escombros, cabos, postes puxados", relatou o tenente da Polícia Militar Gustavo Martins, do 34º BPM.

Um dos moradores, o professor Jaime Silva, disse que por pouco não perdeu as duas filhas e o irmão, que estavam no prédio quando a PM retirou os moradores às pressas. "Uma das minhas filhas estava no apartamento, me ligou e ficou gritando que o prédio tinha caído. Eu peguei um táxi e fui correndo lá, ainda não sabia que elas já estavam fora do prédio, retiradas pela PM. Estive com o Jamilson (vítima) por volta das 20h de ontem e conversamos na porta do prédio. Mostrei a ele uma rachadura imensa e, infelizmente, o prédio caiu e ele morreu", lamentou.

"A Defesa Civil esteve no local há oito meses e disse que havia necessidades de obras nas colunas do prédio, que já davam sinais de queda. Eles disseram que o risco era grande e que a necessidade de obras era urgente, mas como ficou muito caro o orçamento de reparo os moradores optaram por não fazer", afirmou Jaime Silva. Ainda de acordo com ele, a empresa que construiu os prédios, há cerca de 15 anos, faliu recentemente. Uma casa que fica próxima aos prédios foi atingida pelos escombros.

Mais chuva

O ano de 2012 continua tal como terminou 2011, com muita chuva em todo o Estado de Minas Gerais. Em Itabirito, a 70 km de Belo Horizonte, o rio que corta o município transbordou e deixou a região central e pelo menos dois bairros debaixo d'água. Em alguns locais, só é possível transitar de barco, segundo os Bombeiros. De acordo com a Climatempo, só no período entre as 9h de domingo e 9h desta segunda-feira, a região da Grande Belo Horizonte e a zona da mata mineira receberam mais de 80 mm de chuva. Neste período, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou 156 mm em Muriaé e 102 mm em Ouro Branco.

Na capital mineira, a região da Pampulha acumulou mais 89 mm de chuva. Em São José del Rei choveu 83 mm em 24 horas, e 81 mm em Barbacena e Sacramento. Na região de Maria da Fé, no sul mineiro, choveu 63 mm. Conforme a Climatempo, todos estes volumes de chuva são, tecnicamente, bastante elevados. Muita água caiu sobre terrenos que já estavam encharcados, devido ao excesso de chuva que vem sendo observado desde outubro, e o risco de deslizamentos de terra é extremamente alto. Rios e córregos também continuam sujeitos a transbordamentos, porque em muitos casos o nível de segurança já foi ultrapassado com a chuvas volumosas de outubro a dezembro. De acordo com o Inmet, a região central da capital recebeu aproximadamente 720 mm de chuva durante o mês de dezembro de 2011, sendo que a média normal é de 319 mm.

Em Santo Antônio do Rio Abaixo, a 80 km da capital mineira, os Bombeiros fazem buscas por uma mulher que teria sido soterrada pelos escombros da casa onde mora. Segundo a corporação, na madrugada de sábado, houve inundação de um córrego próximo à casa da suposta vítima. O volume de água chegou a atingir a residência, provocando a queda total da estrutura. Vizinhos contaram aos Bombeiros que Rita Vieira De Souza, 74 anos, estava dentro da casa no momento do acidente e que não a viram sair do imóvel nem durante ou após a tempestade.

Segundo a Coordenadoria de Defesa Civil Estadual (Cedec), houve estragos em outros pontos do município, que vai decretar situação de emergência nas próximas horas. Até agora, 44 cidades já enviaram o decreto à Cedec. Outros 58 municípios comunicaram estragos provocados pelos temporais. Ao menos três pessoas morreram, incluindo a morte registrada na madrugada desta segunda-feira. Ainda segundo a Cedec, mais de 2 milhões e 120 mil pessoas foram atingidas e tiveram problemas com a chuva, cerca de 10 mil ficaram desalojadas ou desabrigadas, 84 casas caíram e 2.420 ficaram parcialmente destruídas.

Fonte: Terra
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