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Cidades

Metroviários de SP decidem entrar em greve no dia 23

16 mai 2012 - 21h58
(atualizado às 22h04)
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O Sindicato dos Metroviários de São Paulo aprovou na noite desta quarta-feira indicativo de greve para a próxima quarta, dia 23. A categoria se reuniu hoje de manhã com a Companhia do Metropolitano (Metrô), mas rejeitou as propostas de reajuste salarial apresentadas.

A greve dos cobradores e motoristas prejudica cerca de 615 mil passageiros que são transportados diariamente em 202 linhas
A greve dos cobradores e motoristas prejudica cerca de 615 mil passageiros que são transportados diariamente em 202 linhas
Foto: Rose Mary de Souza / Especial para Terra

Segundo o Metrô, foi oferecido reajuste de 4,65% (4,15% pelo índice IPC/Fipe - baseado na variação de preços para o consumidor - e 0,50% de aumento real) a partir da data-base de 1º de maio. A categoria reivindica reajuste de 5,13%, baseado no índice IVC/Diese, que mede a variação do custo de vida das famílias com renda de 1 a 30 salários mínimos, e aumento real de 14,99%. A empresa e os metroviários divergem também sobre o reajuste no vale-refeição e alimentação. O Metrô afirmou que deve entrar com uma medida cautelar para garantir a prestação de serviços caso a categoria realize a paralisação.

Os funcionários marcaram para sexta-feira, às 15h, na estação da Sé, um ato para apresentar as reivindicações. Às 18h30 da próxima terça-feira, a categoria realiza nova assembleia para votar eventuais propostas apresentadas pela empresa e, se for o caso, organizar a greve.

Após o choque de trens na Linha 3-Vermelha que deixou dezenas de feridos nesta manhã, a categoria criticou o governo por sucessivas ocorrências no Metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CTPM). Para o presidente do sindicato, Altino de Melo Prazeres Júnior, o sucateamento do sistema é o responsável pela ocorrência. "São 20 anos de falta de investimento no metrô e na CPTM. É preciso contratar mais funcionários, modernizar os equipamentos e aumentar a malha", afirmou.

Também em assembleia hoje, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo decidiu não entrar em greve antes de tentar novamente conciliação com a CPTM. A categoria vai propor, em uma audiência de negociação marcada para a tarde de quinta-feira no Tribunal Regional do Trabalho, reajuste de 7,05%.

Outras capitais

Em outras seis capitais, os ferroviários estão em greve desde terça-feira. Em João Pessoa, Natal, Recife, Maceió, Belo Horizonte e Natal, os funcionários da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) estão paralisados e funcionam com 30% da capacidade nos horários de maior movimento. Na capital do Rio Grande do Norte, a população ainda sofre com os transtornos provocados pela greve do setor rodoviário, que está 100% paralisado.

Os trabalhadores ferroviários aderiram ao movimento nacional que reivindica reajuste salarial de acordo com o índice do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese); plano de saúde integral; participação nos lucros e resultados e adicional noturno de 50%. A paralisação é por tempo indeterminado.

A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) ainda não se pronunciou a respeito. Segundo a assessoria do órgão em João Pessoa, o presidente Francisco Colombo se encontra em Brasília para tentar negociar o reajuste junto aos ministérios do Planejamento e das Cidades. O escritório no Rio de Janeiro também está com o funcionamento comprometido porque os funcionários estão sendo impedidos de entrar por integrantes do sindicato dos trabalhadores do setor.

Fonte: Terra
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