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Marília tem terceiro protesto em sete dias e PM cerca prédios

24 jun 2013 - 23h17
(atualizado às 23h24)
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Pela terceira vez em sete dias, moradores de Marília, interior de São Paulo, foram nesta segunda-feira às ruas protestar contra os principais problemas da cidade
Pela terceira vez em sete dias, moradores de Marília, interior de São Paulo, foram nesta segunda-feira às ruas protestar contra os principais problemas da cidade
Foto: Izabel Dias / Especial para Terra

Pela terceira vez em sete dias, moradores de Marília (SP) foram, nesta segunda-feira, às ruas protestar contra os principais problemas da cidade, e também contra políticas do governo federal. Cerca de 200 pessoas, a maioria jovens, fizeram na tarde de hoje uma manifestação em frente aos prédios da prefeitura e da Câmara de Vereadores. Este foi o menor público registrado no protesto. Na última sexta-feira cerca de 4 mil pessoas foram às ruas da cidade.

O protesto teve início no final da tarde, horário em que se começa a sessão na Câmara de Vereadores. Os prédios do paço municipal foram cercados pela Polícia Militar e as ruas em frente à prefeitura foram interditadas.  

Os manifestantes protestaram contra um projeto de lei que pretende reduzir o salário dos servidores municipais, a reforma do teatro municipal, que está parada há quatro anos, e a pleitearam transporte público gratuito e investimentos em saúde e educação. A previsão era de que o projeto dos servidores seria votado na sessão desta segunda-feira, mas ele foi retirado da pauta. 

Grande número de servidores municipais acompanhava a sessão no plenário da Câmara, enquanto os manifestantes gritavam palavras de ordem do lado de fora. Representantes do sindicato dos servidores foram recebidos por uma comissão de vereadores.

Os manifestantes também pediam o fim da corrupção no País. Os gastos com a Copa do Mundo também foram alvo dos manifestantes na cidade, como vem ocorrendo em todo Brasil. “Da Copa, da Copa eu abro mão. Eu quero mais dinheiro pra saúde e educação”, gritavam os manifestantes. Novo protesto deve ocorrer hoje em Marília, contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37, que tira o poder de investigação do Ministério Público (MP). 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Especial para Terra
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