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Copa das Confederações

Maracanã: manifestantes jogam pedras; PM revida com gás e balas de borracha

30 jun 2013 - 18h04
(atualizado às 21h44)
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Por volta das 18h deste domingo, os milhares de manifestantes que organizaram um grande protesto para ser realizado em frente ao Maracanã, no Rio de Janeiro, chegaram ao grande bloqueio formado por agentes de segurança pública nos entornos do estádio. Depois de alguns minutos, a cerca de 400 m do estádio, teve início confronto com a Polícia Militar. A confusão foi dispersada só por volta das 21h15.

O conflito começou depois que pedras foram arremessadas por manifestantes contra as forças de segurança. O grupo também atacou com fogos de artifício e garrafas, e a polícia revidou com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. A confusão inicial ocorre entre dois postos de gasolina e preocupa pela presença de artefatos explosivos.

Rio de Janeiro: Protesto termina em guerra durante final:

Para reforçar o bloqueio, o policiamento avançou a Tropa de Choque e um blindado "Caveirão", de onde são disparadas balas de borracha. Pelas janelas das ruas adjacentes, moradores aplaudiam a ação das forças de segurança.

Uma manifestante passou mal por conta do gás lacrimogêneo e precisou ser atendida pela ambulância. Um amigo, que se identificou apenas como Felipe, lamentou que alguns dos manifestantes tenham começado o confronto. "Tinha muita gente curtindo, cantando, fazendo festa, mas tem uns filhos da p... infiltrados que querem isso mesmo", afirmou.

O conflito se estendeu pela avenida Maracanã, e o corre-corre chegou à Praça Varnhagen. Reduto boemio da área do Maracanã, o local está cheio de bares com clientes que querem assistir ao jogo. Em meio ao barulho das bombas lançadas pela PM, manifestantes fugiram e chegavam correndo à praça, provocando pânico em alguns clientes, que abandonaram suas mesas. O Bar Buxixo chegou a fechar algumas portas.

Um grupo de 30 manifestantes parou em frente ao Bar Sokana e gritou "alienados" para as pessoas que assistem o jogo no bar. Algumas pessoas chegaram a discutir com os que protestavam e a policia teve que intervir, se posicionando dentro do bar.

Não houve conflito, mas o estabelecimento fechou as portas, e os clientes que assistiam o jogo tiveram que deixar o bar. Enquanto isso, os manifestantes comemoravam aos gritos de "acabou". "Se eles querem protestar, eles têm o direito deles. Mas não podem acabar com meu direito de beber uma cerveja e ver o jogo", afirmou o advogado João Luis Cerqueira, que deixou o local.

Um bar no Rio de Janeiro, na região onde acontecia o protesto, ficou vazio
Um bar no Rio de Janeiro, na região onde acontecia o protesto, ficou vazio
Foto: Cirilo Junior / Terra

Outros manifestantes recuaram pela Rua São Francisco Xavier. Eles portavam coquetéis molotov e eram repelidos por balas de borracha. Por volta das 19h30, o policiamento retomou o bloqueio do início, na esquina da Avenida Maracanã com a Rua São Francisco Xavier, e a circulação de pessoas começou a se normalizar. Alguns manifestantes tentam retornar, mas de forma pacífica.

Segundo a polícia, dois PMs ficaram feridos. Os poucos manifestantes que voltaram para a frente do bloqueio entoam "Cabral é ditador". Eles só pararam para comemorar o segundo gol de Neymar. Alguns poucos, então, começaram a entoar "não comemora, não comemora".

Pouco a pouco o grupo de manifestantes em frente ao Maracanã voltou a crescer sob os gritos de olha eu aqui de novo" e "ei, fardado, vem pro nosso lado". Sobrou até para a TV Globo: "a verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura".

Início calmo

<p>Barreira formada por agentes nas proximidades do estádio onde ocorre a final das Confederações</p>
Barreira formada por agentes nas proximidades do estádio onde ocorre a final das Confederações
Foto: Giuliander Carpes / Terra

Cerca de uma hora antes da final da Copa das Confederações, três fileiras de agentes de segurança aguardavam a manifestação que se deslocava rumo ao estádio, onde ocorre a partida entre Brasil e Espanha, a partir das 19h. A primeira era formada apenas policiais militares, cerca de 300; a segunda, formada por homens da Força Nacional de Segurança, 150; a terceira, por homens do Batalhão de Choque e do Batalhão de Ações com Cães, com 50. 

Boa parte dos manifestantes, no entanto, relutavam em se aproximar do bloqueio, a cerca de 500 metros do estádio. "Ei, polícia, não esquece que o (governador Sérgio) Cabral te paga mal", gritavam em uníssono os presentes, alguns deles mascarados, antes do início da confusão. 

Marcelo Chalréo, da comissão de direitos humanos da OAB, acompanhou os protestos. "Conseguimos acompanhar até certo momento. Houve uma hora que a situação saiu do controle. Ainda é precipitado fazer qualquer avaliação da atuação da policia. Preciso conversar com outros dez advogados espalhados pela manifestação e ver as imagens".

Fonte: Terra
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