Conflito e tensão entre a Polícia Militar e um grupo de manifestantes marcam a noite deste domingo, dia de final da Copa das Confederações; enquanto a Seleção Brasileira enfrenta a Espanha no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, nas imediações a situação é tensa. Manifestantes usaram pedras, paus e coquetéis molotov, enquanto os policiais reagiram com balas de borracha, spray de pimenta e bombas de efeito moral
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Conflito e tensão entre a Polícia Militar e um grupo de manifestantes marcam a noite deste domingo, dia de final da Copa das Confederações; enquanto a Seleção Brasileira enfrenta a Espanha no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, nas imediações a situação é tensa. Manifestantes usaram pedras, paus e coquetéis molotov, enquanto os policiais reagiram com balas de borracha, spray de pimenta e bombas de efeito moral
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Foto: AFP
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Foto: AFP
Um bar no Rio de Janeiro, na região onde acontecia o protesto, ficou vazio
Foto: Cirilo Junior / Terra
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Por volta das 18h deste domingo, os milhares de manifestantes que organizaram um grande protesto para ser realizado em frente ao Maracanã, no Rio de Janeiro, chegaram ao grande bloqueio formado por agentes de segurança pública nos entornos do estádio. Depois de alguns minutos, a cerca de 400 m do estádio, teve início confronto com a Polícia Militar. A confusão foi dispersada só por volta das 21h15.
O conflito começou depois que pedras foram arremessadas por manifestantes contra as forças de segurança. O grupo também atacou com fogos de artifício e garrafas, e a polícia revidou com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. A confusão inicial ocorre entre dois postos de gasolina e preocupa pela presença de artefatos explosivos.
Para reforçar o bloqueio, o policiamento avançou a Tropa de Choque e um blindado "Caveirão", de onde são disparadas balas de borracha. Pelas janelas das ruas adjacentes, moradores aplaudiam a ação das forças de segurança.
Uma manifestante passou mal por conta do gás lacrimogêneo e precisou ser atendida pela ambulância. Um amigo, que se identificou apenas como Felipe, lamentou que alguns dos manifestantes tenham começado o confronto. "Tinha muita gente curtindo, cantando, fazendo festa, mas tem uns filhos da p... infiltrados que querem isso mesmo", afirmou.
O conflito se estendeu pela avenida Maracanã, e o corre-corre chegou à Praça Varnhagen. Reduto boemio da área do Maracanã, o local está cheio de bares com clientes que querem assistir ao jogo. Em meio ao barulho das bombas lançadas pela PM, manifestantes fugiram e chegavam correndo à praça, provocando pânico em alguns clientes, que abandonaram suas mesas. O Bar Buxixo chegou a fechar algumas portas.
Um grupo de 30 manifestantes parou em frente ao Bar Sokana e gritou "alienados" para as pessoas que assistem o jogo no bar. Algumas pessoas chegaram a discutir com os que protestavam e a policia teve que intervir, se posicionando dentro do bar.
Não houve conflito, mas o estabelecimento fechou as portas, e os clientes que assistiam o jogo tiveram que deixar o bar. Enquanto isso, os manifestantes comemoravam aos gritos de "acabou". "Se eles querem protestar, eles têm o direito deles. Mas não podem acabar com meu direito de beber uma cerveja e ver o jogo", afirmou o advogado João Luis Cerqueira, que deixou o local.
Outros manifestantes recuaram pela Rua São Francisco Xavier. Eles portavam coquetéis molotov e eram repelidos por balas de borracha. Por volta das 19h30, o policiamento retomou o bloqueio do início, na esquina da Avenida Maracanã com a Rua São Francisco Xavier, e a circulação de pessoas começou a se normalizar. Alguns manifestantes tentam retornar, mas de forma pacífica.
Segundo a polícia, dois PMs ficaram feridos. Os poucos manifestantes que voltaram para a frente do bloqueio entoam "Cabral é ditador". Eles só pararam para comemorar o segundo gol de Neymar. Alguns poucos, então, começaram a entoar "não comemora, não comemora".
Pouco a pouco o grupo de manifestantes em frente ao Maracanã voltou a crescer sob os gritos de olha eu aqui de novo" e "ei, fardado, vem pro nosso lado". Sobrou até para a TV Globo: "a verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura".
Início calmo
Cerca de uma hora antes da final da Copa das Confederações, três fileiras de agentes de segurança aguardavam a manifestação que se deslocava rumo ao estádio, onde ocorre a partida entre Brasil e Espanha, a partir das 19h. A primeira era formada apenas policiais militares, cerca de 300; a segunda, formada por homens da Força Nacional de Segurança, 150; a terceira, por homens do Batalhão de Choque e do Batalhão de Ações com Cães, com 50.
Boa parte dos manifestantes, no entanto, relutavam em se aproximar do bloqueio, a cerca de 500 metros do estádio. "Ei, polícia, não esquece que o (governador Sérgio) Cabral te paga mal", gritavam em uníssono os presentes, alguns deles mascarados, antes do início da confusão.
Marcelo Chalréo, da comissão de direitos humanos da OAB, acompanhou os protestos. "Conseguimos acompanhar até certo momento. Houve uma hora que a situação saiu do controle. Ainda é precipitado fazer qualquer avaliação da atuação da policia. Preciso conversar com outros dez advogados espalhados pela manifestação e ver as imagens".
Neste domingo, diversos manifestantes saíram às ruas no Rio de Janeiro para protestar contra a má qualidade dos serviços públicos, a corrupção e os investimentos ligados à Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014
Foto: Mauro Pimentel / Terra
As ações já eram esperadas, já que hoje acontece a final do campeonato, no Estádio do Maracanã; o Brasil enfrenta a Espanha às 19h
Foto: Mauro Pimentel / Terra
A segurança nos arredores foi bem reforçada
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Até o momento, a manifestação está pacífica
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Apesar do isolamento da PM, um grupo de três pessoas chegou ao Maracanã às 9h e até o começo da tarde permanecia na entrada de imprensa protestando contra o fechamento de hospitais no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Liderado pelo profissional da saúde Antonio Carlos, Hospital Carlos Chagas, o grupo contou que se posicionou em frente ao local para chamar a atenção das redes de televisão e imprensa e comemorava entrevistas para a BBC e Reuters
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Seu principal alvo era a administração de Sérgio Cabral no Governo do Rio de Janeiro
Foto: Daniel Ramalho / Terra
"Precisamos chamar a atenção. O Governo está fechando hospitais, mas tem dinheiro para as obras do Maracanã", disse Antonio Carlos, para quem as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) não fazem cirurgia
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Os protestos no entorno do Maracanã devem ganhar mais força ao longo da tarde deste domingo
Foto: Daniel Ramalho / Terra
A final da Copa das Confederações terá início às 19h (de Brasília) e grupos se organizam em diferentes pontos da cidade para marcharem em direção ao Maracanã
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Por este motivo a segurança nos arredores foi tão reforçada
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Um contingente pronto para enfrentar uma situação de guerra é o que se encontra nas ruas que cercam o Maracanã
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Apenas entre homens da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança, são quase 20 mil agentes
Foto: Daniel Ramalho / Terra
As barreiras estão montadas dentro da área restrita pela Fifa, em que apenas passam portadores de ingressos para o jogo
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Pessoas de todas as idades fizeram parte do movimento
Foto: Mauro Pimentel / Terra
"Políticos corruptos", reclamam alguns manifestantes
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Até o momento, a ação segue pacífica
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Bandeiras de partidos também foram vistas em meio à multidão
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Um homem vestido de índio marchou em frente a uma enorme faixa
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Alguns protestaram fazendo música
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestantes também se opõem à atuação da Fifa
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Eles pedem melhorias na gestão dos investimentos
Foto: Mauro Pimentel / Terra
A grande final acontece às 19h e, até lá, os manifestantes devem seguir nas ruas
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Cerca de 3 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, seguem em direção ao Estádio do Maracanã no início da tarde deste domingo, onde acontecerá a final da Copa as Confederações entre Brasil e Espanha
Foto: Jadson Marques / Futura Press
Os manifestantes se concentraram na praça Sáenz Peña, na Tijuca, e marcharam ao local do jogo
Foto: Jadson Marques / Futura Press
A ideia era chegar ao estádio antes das 13h, horário marcado para que o bloqueio policia fosse colocado
Foto: Jadson Marques / Futura Press
Porém, por conta da antecipação do protesto, a barreira foi colocada meia hora antes, às 12h30
Foto: Reynaldo Vasconcelos / Futura Press
O protesto está sendo tranquilo e a Polícia Militar apenas faz o acompanhamento
Foto: Reynaldo Vasconcelos / Futura Press
Os manifestantes criticam os gastos para Copa do Mundo no Brasil e a baixa qualidade na educação, segurança e saúde
Foto: Reynaldo Vasconcelos / Futura Press
Muitos partidos políticos aproveitam para levantar suas bandeiras
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestantes se sentaram no chão em ato pacífico
Foto: Mônica Garcia/rtevista Comunicação, Assessoria e Empreendimentos Culturais Ltda / Especial para Terra
Policiais fizeram barreira e acompanharam a ação
Foto: Mônica Garcia/rtevista Comunicação, Assessoria e Empreendimentos Culturais Ltda / Especial para Terra
Faixas com diversos tipos de reclamações colorem as ruas
Foto: Fábio de Mello Castanho / Terra
Mais qualidade de vida, pedem alguns
Foto: Daniel Ramalho / Terra
O excesso de impostos no Brasil também foi alvo dos manifestantes
Foto: Daniel Ramalho / Terra
O policiamento no entorno do Maracanã foi reforçado
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Protestos para este domingo já eram esperados na cidade do Rio de Janeiro
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Até o momento, não houve confronto
Foto: Daniel Ramalho / Terra
No entanto, a ação preventiva da Polícia já é notada nas ruas
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Manifetantes ficam frente a frente com barreira da Polícia Militar
Foto: Mauro Pimentel / Terra
As faixas também mandam recados para o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e Sérgio Cabral, governador do estado
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Debaixo de uma enorme faixa, manifestantes circulam pelos arredores do Estádio do Maracanã
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Policiais criaram um cordão de isolamento nos arredores do Maracanã
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Bandeiras brasileiras aparecem não só entre torcida e manifestantes, mas também em imóveis da vizinhança
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Moradores acompanham a movimentação no Maracanã
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestantes protestaram contra os gastos da Copa
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Além dos manifestantes, que criticam os gastos para Copa do Mundo no Brasil e a baixa qualidade na educação, segurança e saúde, muitos partidos políticos aproveitam para levantar suas bandeiras