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Mar avança e atinge casas em outras duas praias de Florianópolis

28 mai 2010 - 17h54
(atualizado às 23h52)
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Fabrício Escandiuzzi
Direto de Florianópolis

O mar continua a avançar e já causou prejuízos em três praias de Florianópolis nesta sexta-feira. Além da Armação do Pântano do Sul, a maré alta e as fortes ondas atingiram casas e destruíram pontos nas praias da Barra da Lagoa e do Campeche.

Mar atinge bares e restaurantes na Barra da Lagoa, em Florianópolis
Mar atinge bares e restaurantes na Barra da Lagoa, em Florianópolis
Foto: Fabrício Escandiuzzi / Especial para Terra

A situação é muito grave na Barra da Lagoa, um dos pontos turísticos mais conhecidos da capital catarinense. O mar havia invadido um restaurante e derrubado um posto de salva vidas no final de semana. Com a entrada da chamada maré astronômica, a elevação do mar destruiu quatro estabelecimentos comerciais e ameaça outras 12 casas localizadas na orla.

De acordo com o levantamento da Defesa Civil de Florianópolis, apenas na praia da Barra da Lagoa 46 pessoas foram afetadas. Na tarde desta sexta-feira, moradores providenciaram proteções para que as ondas não derrubassem um poste. Foram usados destroços dos restaurantes e das casas para montar uma pequena barreira na areia.

Os moradores locais relatam que o mar avançou há duas semanas, durante uma ressaca, e não recuou. O episódio nunca teria acontecido no local. "Moro aqui desde que nasci e nunca vi o mar desse jeito", afirma Viviane Laura Rodrigues, 28 anos, que mora ao lado de um dos restaurantes destruídos. "A gente fica com medo por causa das crianças. E por causa de nossa família, que é de pescadores. Meus irmãos estão quase um mês sem poder sair para trabalhar, justamente na temporada de tainhas".A irmã de Viviane, Laudinéia Laura Corrêa, 34 anos, confessa estar "assustada" com a elevação do mar. "Foi tudo muito rápido, o mar não volta como acontece outras vezes", disse. "Ele vai só subindo".

No Campeche, o avanço do mar criou um muro de areia de quatro metros de altura e chegou a destruir muros, escadas e quintais de casas localizadas à beira-mar. A moradora Clarice Nunes disse que o mar vem avançando gradativamente na região, mas que há duas semanas a situação acabou se complicando. Parte de seu terreno foi levada pelas ondas durante a madrugada. "Antes tínhamos que atravessar dunas para chegar à praia", afirmou ela, que há 18 anos mora no Campeche. "Agora o mar está dentro de meu quintal".

Na Armação, o local mais afetado, já são 31 casas comprometidas segundo levantamento da Defesa Civil. As obras de construção de um muro de pedras com de seis metros de altura e dois de largura tiveram início nesta sexta. Mesmo assim, a situação ainda preocupa os moradores. Nesta sexta-feira, a casa do artista plástico Átila Ramos teve toda a parte frontal levada pela água. Geladeira, fogão e pertences foram parar na areia. Um guarda-roupa e um sofá permaneciam pendurados junto os destroços.

A construção do muro de pedras deve ser concluída em até cinco meses, segundo informações da prefeitura de Florianópolis.

Fonte: Especial para Terra
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